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Joaquim de Carvalho

Colunista do 247, foi subeditor de Veja e repórter do Jornal Nacional, entre outros veículos. Ganhou os prêmios Esso (equipe, 1992), Vladimir Herzog e Jornalismo Social (revista Imprensa). E-mail: joaquim@brasil247.com.br

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Por que a mídia independente representa a aliança de longo prazo com Lula

A única novidade política que surgiu no golpe foi a mídia independente, e valorizá-la é a melhor vacina contra golpes futuros

Lula em debate na Globo em 1989 e Lula em entrevista coletiva em agosto de 2022 (Foto: Reprodução/Youtube | Ricardo Stuckert)
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No Bom Dia 247 neste sábado, ancorado por Leonardo Attuch, ele me fez uma pergunta desafiadora.

“Qual será o papel da mídia independente no governo Lula?”

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Vocês podem conferir a resposta em detalhes no próprio vídeo. Nada foi combinado. Tudo ao vivo.

Respondi que entendo que o papel da mídia independente será o de esclarecer o público sobre as medidas que terão de ser implementadas, para desconstruir o projeto fascista e de saque que está em curso desde 2016. Exigirá de nós muito empenho, certamente maior do que este que estamos fazendo desde que começaram os ensaios golpistas, sobretudo a partir de junho de 2013.

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Ou seja, muito trabalho pela frente.

E agora falo não apenas como jornalista, mas como cidadão que ama esta este País, no sentido da nobreza que constitui uma nação, que comparo a um navio em que todos devem viajar com segurança e conforto.

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Não como o Titanic, que era dividido severamente em classes sociais, em que uns, em menor número, ficavam com o caviar, a música de qualidade, a boa bebida, o luxo e a ostentação, e os outros, a maioria, com muito pouco. E havia os outros que queriam estar na embarcação, mas nem a isso, por razões econômicas, tinham direito.

A mídia independente tem tido a função de mostrar que um outro Brasil é possível. Diferentemente do que defende a mídia corporativa, um país de privilégios.

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A aliança que existe agora só vai durar até que o comandante Lula livre a embarcação do iceberg. Depois disso, podem escrever, ela defenderá que o melhor piloto era aquele que nos levaria ao desastre irreversível.

Tentará devolver o comando do navio a um comandante desse tipo. E não estou falando de Bolsonaro, que nunca poderia ter tido a oportunidade de assumir o timão, mas de outros que parecem ter habilidade, mas que, no fundo, nunca estiveram preparados para uma viagem de longa duração.

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Por isso, deixando de lado a analogia marítima, digo sem medo de errar que a aliança de longo prazo com Lula é representada pela mídia independente. E uma das razões é justamente a luta que se trava desde 2013.

A mídia independente foi a novidade que surgiu em meio à tempestade, e surgiu para ficar. 

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Instituições importantíssimas como o Partido dos Trabalhadores, a CUT e o MST surgiram da luta contra a ditadura. Já existiam, portanto, quando a Lava Jato, em aliança com a mídia corporativa, minou os alicerces da soberania popular.

A mídia independente nasceu e se fortaleceu no enfrentamento do fascismo. Consolidou-se como importante veículo das ideias democráticas, muito além do que faz a mídia corporativa, para a qual a democracia tem alcance limitado. Não é, portanto, democracia, mas um discurso de ocasião para o avanço do projeto neoliberal.

Não se iludam os que se emocionam com declarações de William Bonner de saudação de novos tempos. Logo, a instituição que ele representa estará emparedando Lula por conta das riquezas nacionais — petróleo sobretudo —, que essa instituição entende como patrimônio que deve gerar riqueza a poucos.

A mídia terá o papel de esclarecer medidas necessárias, mas jamais ser chapa branca. Terá que criticar quando necessário, mas sempre levando em consideração o interesse nacional, não no sentido vazio e oportunista que a velha imprensa lhe empresta, mas no sentido de que uma nação deve acolher a todos, e o primeiro passo é usar riqueza como a do petróleo para o desenvolvimento econômico e social.

Não tenha dúvida de que, no caso da Petrobras, a Globo e seus apêndices e aliados ficarão ao lado dos acionistas privados — até porque os representa. É preciso valorizar uma mídia que aponte o caminho diverso. No final, será melhor para todos. O que queremos todos é chegar ao destino, e não naufragarmos no oceano.

 

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