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Bepe Damasco

Jornalista, editor do Blog do Bepe

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Por que é um erro antecipar a eleição para presidente

Porque Dilma foi eleita para governar até 2018 e qualquer arranjo, mesmo com tintas de radicalização democrática, fere o pacto republicano

Por que é um erro antecipar a eleição para presidente
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1) Porque a ideia traz implícita a aceitação do golpe, ao levantar bandeiras políticas que possam abrandar seus efeitos.
 
2) Porque quebra a unidade do movimento de resistência democrática, pilar fundamental da luta pela democracia que empolga o país , pois a proposta divide opiniões na trincheira antigolpista.
 
3) Porque, consumado o golpe de estado, o foco das entidades, partidos e movimentos sociais deve ser a insubmissão absoluta ao governo Temer. Lutar por eleições relegaria a um segundo plano as ações de massa radicalizadas necessárias à inviabilização do governo sem voto.
 
4) Porque daria a Temer, Cunha e ao valhacouto de vagabundos do Congresso Nacional um discurso, uma frente de luta institucional. Não é difícil antever os vermes golpistas falando cinicamente "em mudanças das regras com o jogo em andamento", "ataque à Constituição", etc.
 
5) Porque sofreríamos mais uma derrota no Congresso. Alguém imagina que uma Câmara dos Deputados que deu 362 votos ao golpe seja acometida repentinamente de um surto de civilidade democrática, destinando 3/5 dos votos em duas votações e aprovando a emenda que marca a eleição para outubro? Tampouco creio que existam 51 senadores dispostos a aprovar essa PEC.
 
6) Porque jogaria uma cortina de fumaça sobre a necessária execração dos golpistas que já se fez sentir nos locais públicos, mas que certamente crescerá de forma exponencial com o não reconhecimento do governo e com as mobilizações da sociedade para impedir que tenha um dia sequer de paz.
 
7) Porque Dilma foi eleita para governar até 2018 e qualquer arranjo, mesmo com tintas de radicalização democrática, fere o pacto republicano. Novas eleições em plena vigência de mandato é parte da rotina dos sistemas parlamentaristas. No presidencialismo brasileiro, governos mal avaliados só podem ser mudados  de quatro em quatro anos.
 
8) Porque o parlamentarismo foi rejeitado duas vezes (em 1961 e 1993) por maioria esmagadora dos votos dos brasileiros.
 
9) Porque não podemos beneficiar os que assaltam o poder de forma ilegal com uma nova agenda para o país. A responsabilidade pela quebra da ordem constitucional é exclusiva deles. Por isso, nenhum subterfúgio deve servir-lhes de biombo para não prestar contas à história.
 
10) Porque eleição ainda este ano atrapalha a condenação dos organismos internacionais ao governo golpista, já sinalizadas pela OEA, Unasul e pelo Mercosul.

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