Por que, mesmo tendo sido dilapidada nos últimos anos, Petrobras consegue manter elevada geração de caixa?
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A Petrobrás sempre foi uma excepcional geradora de caixa. Se olharmos os balanços da companhia desde 2011 vamos verificar que a companhia jamais registrou uma geração operacional de caixa – GOC, inferior à US$ 25 bilhões, como vemos a seguir :
Em 2020 a GOC da empresa alcançou US$ 28,9 bilhões e o presidente Roberto Castello Branco comentou em sua mensagem anual :
“Nosso FCO alcançou US$ 28,9 bilhões, o maior dos últimos 10 anos, mesmo comparando com o período de preços de petróleo por volta de US$ 100/bbl, mais que o dobro do preço médio do ano passado, de US$ 42/bbl. Quando nos comparamos com as grandes empresas globais de petróleo (majors), a Petrobras é a única que mostrou aumento em um ambiente tão dessa”
Obs : FCO = GOC
A informação não é verdadeira, pois em 2011, como já mostramos, mesmo com “subsídio” ao consumidor brasileiro, a GOC somou US$ 33 bilhões, apesar da taxa de cambio real/dólar media em 2011 de R$ 1.67 ter sido bem inferior aos R$ 5,16 de 2020.
Um dos principais aspectos que diferencia a companhia de 2011 com a atual é que naquela época a política de preços não permitia a entrada de produtos importados por terceiros e as refinarias da Petrobrás trabalhavam com pouca ociosidade para atender nosso mercado de combustíveis.
COMPARATIVO DE DADOS PETROBRÁS
*Pela primeira vez na sua história Petrobrás pagou dividendos superiores ao lucro contábil.
Vejam a enorme falácia difundida pela mídia, principalmente Rede Globo, de que a empresa tinha problemas financeiros (estava quebrada) .
O presidente Roberto Castello Branco divulgou que a companhia teve perdas de US$ 40 bilhões devido ao “subsídio” concedido ao povo brasileiro, mas nunca mostrou a memória de cálculo destes números.
Na realidade todas estas inverdades foram criadas para justificar perante a população brasileira o desmonte da empresa com venda de ativos valiosos a preço de lesa-pátria e a manutenção de uma política de preços (PPI) absurda que prejudica a Petrobrás, o Brasil e seu povo, aproveitando o impacto das descobertas pela operação Lava Jato das falcatruas que vinham ocorrendo.
Ladrões tem de ser presos. A água suja tem de ser jogada fora, mas a criança não.
O fato é que os números mostram que apesar de tudo (corrupção ,subsídio etc) a Petrobrás jamais passou por qualquer problema financeiro.
No período 2011/2014, nós pagávamos pelos combustíveis preços abaixo dos internacionais e a Petrobrás mantinha forte geração de caixa, investia sempre mais de US$ 40 bilhões por ano, obtinha elevados lucros proporcionando bons dividendos aos acionistas.
Segundo estudo do INEEP a cada R$ 1 bilhão investidos pela Petrobrás são gerados entre 25 e 33 mil empregos no Brasil. Os investimentos da companhia puxavam o crescimento do PIB.
O país apresentava superávit’s e não deficit’s fiscais
É bom lembrar que as agências de classificação de risco, Standard&Poors, Fitch e Moody’s, tão referenciadas por Miriam Leitão e Sardenberg, pela primeira e única vez concederam à Petrobrás de 2007 até 2015 o ambicionado Grau de investimento (Investment Grade).
Infelizmente, as mentiras difundidas ganharam força e se transformaram em sólida verdade. A população brasileira que assistia atônita diariamente pela Rede Globo, uma tubulação jorrando dinheiro de corrupção da Petrobrás, passou a acreditar também nas palavras de Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, de que a empresa estaria quebrada, mesmo sem nunca terem apresentado qualquer número que comprovassem suas afirmações.
Neste cenário, o povo brasileiro que sempre admirou a Petrobrás e os petroleiros, passou a ter um sentimento de desprezo pela companhia.
Miriam e Sardenberg venceram.
Assim, em 2015, no governo Dilma do PT , com a nomeação de Bendine para presidir a empresa, foi dado início ao plano de desmonte da Petrobrás com o objetivo de beneficiar capitais estrangeiros.
Na verdade Dilma já havia mostrado suas intenções desde 2010, com o leilão de Libra, mas foi Bendine que consolidou tudo lançando um Plano Estratégico que previa a venda de mais de US$ 55 bilhões de ativos da empresa , onde já estavam previstas as vendas de NTS, TAG etc.
Paralisou todos os investimentos e promoveu demissão em massa de funcionários próprios e terceirizados.
Hoje a empresa investe menos do que investia em 2005, antes da descoberta do pre-sal.
Foi com Bendine também que a idéia da nova política de preços, Preço de Paridade de Importação (PPI) se formou.
Do final de 2014 , com a queda dos preços do petróleo, até meados de 2016 a Petrobrás saiu do “subsidio” para passar a cobrar no mercado interno preços acima dos internacionais.
Em alguns períodos o preço no mercado interno ficou exageradamente superior ao internacional.
Isto não passou despercebido aos importadores que passaram a se aproveitar da oportunidade.
No início do segundo semestre de 2016 o então gerente de refino da Petrobras, Gerson de Souza, informava que importadores já haviam tomado cerca de 18% do mercado da Petrobrás.
No entanto, o maior mal cometido pela administração petista contra a Petrobrás foi , mesmo tendo todos os números e sabendo da verdade, não tê-la defendido da campanha injuriosa promovida pela rede Globo, no final de 2015 inicio de 2016.
Na última quinta-feira (11/03) em sua coluna, comentando o discurso do ex-Presidente Lula, Miriam Leitão afirmou: “foi no governo do Partido dos Trabalhadores que houve o maior prejuízo da empresa, provocado exatamente pelo subsídio aos preços dos combustíveis, que ele voltou a defender ontem. Curioso que é exatamente essa política de preços controlados que Bolsonaro sonha em praticar na Petrobras”
Na verdade curioso é que Mirriam Leitão mantém o mesmo discurso e tudo indica que a Rede Globo vai continuar com sua campanha em defesa do capital estrangeiro, mas, acredito que desta vez, a nova administração recentemente indicada, sob a direção do general Silva e Luna, vai dar as respostas que o PT nunca deu.
De qualquer forma vemos com clareza que o processo de desmonte da companhia teve inicio em 2015.
Existe uma forma simples de avaliar os efeitos do desmonte que é verificar a evolução da receita da empresa no período:
Notem que no período 2011/2014 a receita foi sempre superior a US$ 140 bilhões. De 2014 a 2020 houve uma queda de receita de US$ 90 bilhões, valor superior aos PIB de 90% dos países do mundo.
Esta receita perdida foi transferida para outros proprietários através da venda de campos de exploração em terra e no mar e ativos valiosos como a NTS, a TAG e a BR Distribuidora.
Sobre a venda da NTS vale a pena ler o artigo a seguir copiado, que mostra que não foi um negócio mas sim uma negociata :
Mas a pergunta título desse artigo continua sem resposta. Como uma empresa com uma receita tão reduzida conseguiu alcançar uma GOC de US$ 28,9 bilhões ?
Se voltarmos a 2011 vamos verificar que o custo de extração médio da Petrobrás naquela época era de US$12,50/barril e o custo de extração com participação governamental de US$ 32,5/barril.
Em 2020 o custo médio de extração foi de US$ 5,20/barril e o custo de extração com participação governamental de US$ 15/barril.
A queda no custo de extração tem como base em primeiro lugar o fantástico desenvolvimento tecnológico efetivado pelos técnicos da empresa na área do pré-sal até 2015, período em que eram feitos elevados investimentos em pesquisa que trouxeram enorme retorno.
A Petrobrás recebeu por quatro vezes o principal premio da indústria mundial de petróleo (OTC) por desenvolvimento tecnológico. O último foi em fevereiro de 2020, pelo projeto do campo super gigante de Buzios (elaborado antes de 2015). A atual administração pouco divulgou sobre o assunto que é de extraordinária relevância para a nação brasileira.
Em segundo lugar pela fantástica produtividade dos campos do pré-sal brasileiro que chega a alcançar em media 40 mil barris diários por poço, o que surpreendeu até os mais otimistas dos geólogos.
O custo médio de extração da Petrobrás em 2020 foi de US$ 5,20, mas considerando apenas a área de pré-sal ele cai para US$ 2,50. Mesmo nível dos países árabes.
Por outro lado a queda nos gastos governamentais é provocada principalmente pelo não pagamento de participação especial na produção dos campos da cessão onerosa.
Portanto, estes ganhos não tem relação como o desempenho dos atuais administradores.
Se hoje nós tivéssemos a mesma estrutura de custo de 2011, o GOC de 2020 não alcançaria US$ 15 bilhões.
Do mesmo modo podemos dizer que se não tivesse ocorrido o processo de desmonte da companhia, a GOC hoje estaria superando a casa dos US$ 50 bilhões. Superior a todas as chamadas “majors” (Shell, Exxon, BP etc)
Esta perspectiva deve ter incomodado e aguçado o interesse internacional.
Aqui, mais uma vez, recorro à carta testamento de Getúlio Vargas:
“Quis criar liberdade nacional na potencialização de nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa a funcionar, a onda de agitação se avoluma......Não querem que o povo seja independente”
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