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Fernando Djavan

Produtor cultural e vice-presidente do PT de Brasília

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Por uma revolução colorida no PT

A derrota nas eleições exige a renovação do PT, não porque a geração que fundou o partido conquistou prefeituras e realizou os governos bem sucedidos no Planalto devam ser afastados, mas porque será necessário criar um corpo de dirigentes e ativistas que conduzam a ideia de Lula adiante

Por uma revolução colorida no PT (Foto: Ricardo Stuckert)
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A derrota nas eleições exige a renovação do PT, não porque a geração que fundou o partido conquistou prefeituras e realizou os governos bem sucedidos no Planalto devam ser afastados, mas porque será necessário criar um corpo de dirigentes e ativistas que conduzam a ideia de Lula adiante.

Se antes o desafio era aprofundar as mudanças promovidas no Brasil, agora é o de enfrentar os efeitos de um programa ultraliberal na vida dos mais pobres, trabalhadores, idosos e jovens; da agenda conservadora em costumes e valores no cotidiano dos negros, mulheres e LGBTs; de uma plataforma fundiária sobre os direitos de comunidades tradicionais - como os quilombolas - e indígenas, e de uma ação antipetista travestida de combate à corrupção. Além do afastamento do petismo da própria base que sustentou a eleição de quatro mandatos presidenciais.

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Deste enfrentamento, será fundamental que brote o programa partidário não mais polarizando e dando alternativa social ao que foi o PSDB e seu legado nos governos FHC, mas ao bolsonarismo legitimado pelas urnas, uma força política de direita nova, que, a despeito de qualquer previsão sobre sua capacidade de sucesso ou fracasso, já mudou os termos da disputa política, ideológica e cultural no Brasil.

A primeira coisa a se fazer é com que todos estes setores citados voltem a se enxergar em propostas e representados no PT, vinculado com a perspectiva do retorno do partido ao poder. Faces novas, com possibilidade de adquirir e provar capacidade de condução e de gestão, imunes ao fardo que, já inevitavelmente, carregam os dirigentes mais antigos, é um passo primordial. Outro é assegurar que a sociedade se veja gradualmente no partido como se via antes. Um terceiro, o mais importante de todos, é o empoderamento de pessoas com gás, garra e vontade de ir onde o povo está e envolvê-lo, para além de discursos e resoluções, nos debates de uma legenda que ou se abre ou definha e se isola por movimentos de cúpulas partidárias de outros partidos da própria centro-esquerda.

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A ideia de simplesmente radicalizar um discurso ideológico, fazer oposição frontal a Bolsonaro e debater erros e acertos do passado não vingarão se não tiverem vida nas comunidades e nas bases e, sobretudo, se não forem encarnadas por lideranças capazes de conquistar credibilidade para se propor, perante a sociedade, como uma nova alternativa petista. A questão não é mais voltar ou não voltar às origens e sim restabecelê-las.

Tornou-se comum comparar Bolsonaro a Donald Trump. A despeito das diferenças de contexto, a vitória do Partido Democrata nas eleições de meio mandato se deveu à revolução colorida interna, com negros, mulheres, LGBTs, jovens e imigrantes mobilizando as bases azuis e oxigenando os parlamentares eleitos também com estes perfis. É nisto que consiste o verdadeiro radicalismo no contraponto ao bolsonarismo. Há muitas propostas sobre como fazer isso e ouví-las amplamente, de filiados, simpatizantes e gente do povo, contudo, é a ação prioritária.

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