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Cleusa Slaviero

Jornalista, autora do blog Nossas Jornadas e editora na ComPactos

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Porque Lula é Lula

O ex-presidente não é um líder messiânico, como afirma a Direita. É, antes de tudo, uma representação de cada brasileiro comum. Eis o motivo de sua força política 

Porque Lula é Lula (Foto: Ricardo Stuckert)
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O ex-presidente não é um líder messiânico, como afirma a Direita. É, antes de tudo, uma representação de cada brasileiro comum. Eis o motivo de sua força política 

Estamos mais uma vez sob ataque. Temerosos com o peso político do ex-presidente Lula nas próximas eleições, as forças conservadoras tentam uma vez mais sufocá-lo. Seria irônico, não fosse trágico, que isso aconteça após terem inventado uma artimanha jurídica para manter o líder petista preso. Acreditavam que a detenção faria com que perdesse todo o seu capital político, desmoralizando-se e sendo esquecido pela militância. Aconteceu o inverso. 

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Desde o dia sete de abril deste ano, Lula apenas cresceu. Ao chegar em Curitiba naquela noite, uma multidão se agrupava em frente à sede da Polícia Federal em Curitiba a exigir a verdadeira Justiça. Estas pessoas – e este desejo – seguem representados via Acampamento Marisa Letícia e a Vigília, pontos de encontro da resistência ao arbítrio político-judicial que está intoxicando a democracia brasileira. 

Incomunicável, Lula segue fazendo a sua boa política: inspirando, propondo conciliações, oferecendo soluções eficientes com foco nos problemas reais dos brasileiros comuns. É líder nas pesquisas e nome mais importante no jogo eleitoral, com capacidade para redefinir o quadro a qualquer momento. Há políticos que, graças a laços profundos com o poder, conseguiram escapar dos processos judiciais. Aécio Neves e Geraldo Alckmin são os maiores exemplos. Estes, apesar de soltos, estão politicamente mortos. Lula, apesar de preso, é onipresente no processo eleitoral. 

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Como não é possível neutralizar Lula atacando-o diretamente, a Direita brasileira agora adota a estratégia de desqualificar o apoio da militância e dos simpatizantes do PT. Segundo essa nova tática, os 30% de brasileiros que declaram o voto a Lula estão todos sob uma espécie de feitiço ideológico, por bancar um “criminoso condenado”. Lula, por sua vez, seria um mito autogerado, o personagem de uma narrativa heroica criada para enganar o eleitorado e usar essa massa como escudo. 

A tática em si não é nova. Mas ganhou novas texturas após a corajosa insistência do Partido dos Trabalhadores em manter a candidatura de Lula ao Palácio do Planalto. Arriscando a uma guerra judicial ferrenha e sem data para terminar, o PT optou pelo caminho da coerência, e fez de seu principal líder, e candidato natural, a cabeça da chapa presidencial. 

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Em um momento de reflexão radical sobre o futuro do país, a escolha supostamente revelaria que o PT está preso a uma ditadura do pensamento único, e que não conseguiria desenvolver qualquer projeto que prescindisse da figura carismática de seu líder. Esse tipo de análise rasa passa por cima de diversas sutilidades. A principal delas é que a relação entre Lula e os brasileiros escapa da mera análise política e se inclui melhor na dinâmica dos afetos. 

Lula é a recusa da figura do líder mítico, tão comum em ditaduras. A ditadura brasileira, por exemplo, foi pródiga em criar essas figuras enganosas. Seus generais de farda escovada representavam uma falso pensamento de ordem e progresso, pois nos corredores e porões o que se produzia era um caos violento e corrupto. Lula é distante de tudo isso. É, sobretudo, o homem comum que representa a essência de cada brasileiro e brasileira. Se a política é uma arte do coletivo, poucas individualidades conseguem ser tão coletivizantes quanto a do ex-presidente. 

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Essa característica não nasceu da noite para o dia, evidentemente. Foi moldada pelo próprio fazer político ao qual Lula se entregou nos últimos quarenta anos. Ouvir, compreender, mediar. Isso fez do próprio Lula um meio-termo entre os estratos médios da população brasileira, sendo capaz de conseguir conjugar interesses trabalhistas e empresariais, de produtores e consumidores, de jovens e adultos, da cidade e do campo. Lula é candidato não por si, mas pela síntese de processos democráticos que é capaz de produzir.  

Por isso a candidatura de Lula não é um delírio, e sim fruto de sobriedade, maturidade e apreço pela democracia – características que fazem o PT se descolar de muitos partidos. Nossa política infelizmente está operando em chave negativa desde antes do golpe de 2016. Antes de sequer implantarmos qualquer projeto de país, é necessário refundar nossas bases democráticas. Esse trabalho inclui restabelecer o processo democrático e a liberdade de manifestação política. No momento, ambos se encontram presos em uma cela na sede da Polícia Federal em Curitiba. 

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Vão tentar fazer crer que se trata apenas de um homem.

 

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