Porto Alegre, laboratório da barbárie ultraliberal

"A eleição de 2004 inaugurou o ciclo de governos conservadores e neoliberais que vêm se revezando no comando da cidade nestes últimos 20 anos" destaca Miola

Sebastião Melo
Sebastião Melo (Foto: Leonardo Lucena)


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Até os anos iniciais do século 21, Porto Alegre era mundialmente reconhecida e premiada pela inovação política, econômica e cultural que propiciou o desenvolvimento da cidade e da cidadania com radicalização da democracia e da concretização de direitos sociais.

Com as políticas públicas modernizadoras implantadas nos ciclos da Administração Popular [1989/2004], a capital gaúcha tornou-se uma referência concreta da possibilidade de construção de um Brasil e de um mundo pós-neoliberal.

Durante aquele período efervescente e criativo a cidade foi um verdadeiro laboratório de alternativas contrapostas à ditadura do pensamento único neoliberal.

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No contexto, porém, da emergência do conservadorismo odioso que se reconhecia na retórica fascista de acabar com essa raça de petistas por pelo menos 30 anos [Jorge Bornhausen], o bloco dominante da cidade uniu-se no propósito central de derrotar a esquerda para, assim, interromper a continuidade da Administração Popular.

A eleição de 2004 inaugurou o ciclo de governos conservadores e neoliberais que vêm se revezando no comando da cidade nestes últimos 20 anos desde a mesma perspectiva programática conservadora e, a partir das duas últimas gestões, também ultraliberal.

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Para a oligarquia hegemônica, a Prefeitura funciona como entreposto para as tenebrosas transações e os negócios de grupos privados, em especial da burguesia financeira-imobiliária consorciada com o monopólio midiático.

Estes setores se apoderaram do orçamento municipal e da renda da cidade por meio de mecanismos e estratégias conhecidas, como as privatizações e terceirizações de serviços e empresas estatais e da transferência de gestão de espaços públicos – como parques e áreas de lazer e convivência –, para particulares.

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Tudo, claro, condimentado com uma corrupção acobertada por uma mídia cúmplice e comprada com generosas verbas de publicidade.

O desmonte de serviços públicos essenciais e o arrocho salarial do funcionalismo reforçam as fontes financeiras para a privatização e a drenagem do orçamento da Prefeitura e da renda da cidade. A gestão atual do prefeito bolsonarista Sebastião “Melnick”, do MDB, aprofundou este processo privatizante de maneira brutal.

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Hoje, na terceira década do século, Porto Alegre nem de longe lembra aquela cidade que já encantou o mundo e foi exemplar com suas políticas democráticas e modernizadoras.

A cidade, comandada nas últimas duas décadas pela vanguarda do atraso, é atualmente um laboratório de retrocessos e contrarreformas neoliberais e antipopulares que fracassaram no mundo inteiro porque aprofundam injustiças e desigualdades e causam estagnação econômica.

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Por conta disso, o PIB municipal, que em 2002 ocupava a 5ª posição no ranking nacional dentre as cidades brasileiras, despencou para o 8º posto em 2020 [IBGE].

Recuperar Porto Alegre desde a perspectiva democrática, popular e antifascista para interromper o ciclo de 20 anos de devastação e barbárie neoliberal, deve ser a prioridade central da esquerda e do campo progressista na eleição de 2024.

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