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Helena Iono

Jornalista e produtora de TV, correspondente em Buenos Aires

122 artigos

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Povo argentino se mobiliza e faz greve geral. Macri zomba e lhe dá as costas

Esta greve geral, a quarta durante os dois anos e meio do governo de "Cambiemos", foi mais ampla que as anteriores, indicando o estado de descontento social profundo na Argentina. Nem as moscas se ouviam nas capitais e cidades, totalmente desertas no país

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A manifestação nacional do dia 24 em Buenos Aires que, segundo os organizadores, chegou a 500 mil, pode não parecer uma novidade para uma Argentina em pé de luta, com protestos de rua quase todos os dias, desde que Macri assumiu a presidência.

Porém, ela trouxe um fator novo: nela convergiram todos os movimentos sociais celebrando uma nova Frente Sindical para o Modelo Nacional (FSMN), que traçam um plano de lutas unificado entre as duas CTAs (dos Trabalhadores e Autônoma) da qual participam vários sindicatos da educação, da saúde e do estado (ATE) junto aos sindicatos combativos da CGT (caminhoneiros, bancários, SMATA do setor automobilístico, jornaleiros, transportes públicos e aeroviários, etc...) que divergem da política conciliadora da atual e tradicional direção nacional da CGT (chamada triunvirato).

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Isso não significa uma quebra da unidade sindical, mas um fortalecimento da maioria da corrente combativa dos trabalhadores. Em termos de protestos, a pressão social é tão grande que, as direções sindicais, mesmo da atual CGT, são obrigadas a tomar medidas de força unificadas como a greve geral nacional que foi unânime em todo o país, no dia seguinte, 25 de setembro.

Esta greve geral, a quarta durante os dois anos e meio do governo de "Cambiemos", foi mais ampla que as anteriores, indicando o estado de descontento social profundo na Argentina. Nem as moscas se ouviam nas capitais e cidades, totalmente desertas no país. Pararam escolas, bancos, transportes públicos (trens, ônibus, metrôs, aviões de voo nacional e internacional), caminhões e taxis, funcionários públicos e ministeriais; e o notável foi que, desta vez, a maioria do comércio fechou as portas. Mesmo assim, houve manifestações localizadas, cortes de estrada e piquetes em várias cidades do país.

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No mesmo dia da greve geral, renuncia o presidente do Banco Central (BCRA), Luís Caputo, indicado por Macri há três meses atrás, após ter contribuído para uma enorme fuga de capitais das reservas da nação, com a política cambial orientada pelo FMI e o ministro da economia, Nicolás Dujovne. Agora vem Guido Sandleris, o terceiro presidente no arco de seis meses. Tudo indica que esta mudança responde aos ditames do FMI e às negociações realizadas pelo presidente Macri com Christine Lagarde, nos últimos dias de ausência, em visita aos EUA, onde fez declarações de profundo amor e subalternidade ao FMI, anunciando-lhe, inclusive, sua recandidatura presidencial em 2019.

Com enorme preocupação, o povo argentino recebeu essa bofetada, como resposta ao seu ato de protesto com a greve geral. A renuncia de Luís Caputo, e o controle total do FMI do Banco Central, para que o governo Macri garanta o pagamento da colossal dívida externa a seus credores estrangeiros e, portanto, o ajuste total da economia, redução de gastos públicos, corte e fusão de ministérios fundamentais (saúde, trabalho, educação e agroindústria), desemprego em massa, rebaixamento salarial e quebra das indústrias nacionais e do estado, degradação das escolas públicas, fechamento de hospitais públicos (veja reação dos trabalhadores do Hospital Posadas).

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O movimento social e sindical na sua incansável luta das ruas tem reclamado também à oposição parlamentar que se mova, que assuma o combate à política econômica do governo e vote com unidade e decisão, nos próximos dias no Congresso, contra o orçamento nacional dos ajustes, imposto pelo FMI. O protesto está sacudindo a oposição a que se mova também na área judicial, diante das ameaças às garantias constitucionais e do cidadão comum que rondam no país. A estratégia dos estranhos "cadernos" de um chofer, a perseguição judicial de Bonadio contra a ex-presidente Cristina Kirchner, das "acusações sem prova, mas com convicções", e o aumento da repressão ao movimento social, preocupam os defensores da democracia na Argentina. Justo a tempo, se está conformando nos próximos dias um Fórum de advogados na defesa da constituição e dos direitos humanos da cidadania.

H.I.

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26/09/2018

Assista o vídeo abaixo, onde consta também uma declaração do deputado nacional, Agustin Rossi (presidente da bancada da FPV), em apoio à candidatura de Haddad e em solidariedade a Lula:

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