Pra não dizer que não falei dos horrores
A animosidade é contra Sua Excelência. Senhor presidente. Qualquer um cultivaria rugas. Vendo antigos pares agora ímpares. Como esses que vestem fardas. Fartos de ser moleques de recado
Senhor presidente
Foram-se quase 500 mil viventes
Em pouco menos de três semestres
Estão bradando aos quatro cantos:
A responsabilidade é de quem manda
É do ditador da política sanitária
Senhor presidente
Criaram uma Comissão
Quase todo santo dia da semana
Aglomeram-se oradores, testemunhas
Validando o Holocausto
Com todas as letras, de todos os alfabetos
As gentes não viraram caimans
Conforme previsão sobre a vacina
Datada e assinada por Vossa Excelência
Não viraram, mas tornaram-se raivosas
Mandíbulas crescendo junto às presas
Um clima reptiliano no ar
A animosidade é contra Sua Excelência
Senhor presidente
Qualquer um cultivaria rugas
Vendo antigos pares agora ímpares
Como esses que vestem fardas
Fartos de ser moleques de recado
Desafortunadamente
O quadro não termina nessa pincelada
Circo há, mas falta pão e salvação
Economia à base de porcaria
Todos sabem a que estradas levam
(não deixe de usar cinto de segurança)
Senhor presidente
A motocicleta é um meio
De transporte popular
Na China é o novo cavalo
Use-a com moderação
Mantendo a coerência
Muitos desavisados nos lembram
Que o PIB está subindo
Mas é porque sobem flamas amazônicas
Governa-se bem, diz Maquiavel
Cortando o mal pela raiz
Nunca a raiz pelo mal
Senhor presidente
Se estamos à beira da voragem
Vossa Senhoria está em pleno voo
Lá embaixo, rochas diversas
Podem machucar como estocadas
Sei lá, só um toque
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

