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Washington Luiz de Araújo

Jornalista

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Prêmio para a obscenidade

Lembremos que a Samarco foi premiada por cinco vezes, sendo consecutivamente nos últimos três anos, pela Revista Exame. A premiação mais recente ocorreu no início de julho de 2015

Lembremos que a Samarco foi premiada por cinco vezes, sendo consecutivamente nos últimos três anos, pela Revista Exame. A premiação mais recente ocorreu no início de julho de 2015 (Foto: Washington Luiz de Araújo)
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Quem já ouviu falar em premiar a mediocridade  agora pode constatar a premiação à má fé e  ao descaso público. Tudo em nome da ganância. Recentemente, Geraldo Alckmin recebeu um prêmio da Câmara dos Deputados pela gestão hídrica em São Paulo. Todos sabem que o governador tucano privilegiou o abastecimento financeiro dos acionistas da Sabesp e deixou o Estado em completa seca. Outra premiada é a Samarco, empresa da Vale do Rio Doce, responsável pela maior tragédia ambiental brasileira, o rompimento da barragem na cidade mineira de Mariana.

Desde 2004, os tucanos já vinham sendo alertados de que se não houvesse investimentos em novos reformatórios a seca seria digna dos estios nordestinos. Alckmin preferiu culpar São Pedro, e alguns dos nobres deputados acreditaram. Deu no que deu: virou piada.

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Pena que uma piada à custa da população, principalmente daqueles que moram na periferia, pois o racionamento em São Paulo também é seletivo, para ficarmos com uma palavra da moda, sendo aplicado ,sobretudo, nas áreas mais pobres.

Lembremos que a Samarco, empresa responsável pela maior tragédia ambiental brasileira, o rompimento da barragem no subdistrito de Bento Rodrigues, no município de Mariana (MG), foi premiada por cinco vezes, sendo consecutivamente nos últimos três anos, pela Revista Exame. A premiação mais recente ocorreu no início de julho de 2015.

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Os "reconhecimentos" poderiam se justificar pela  competência em fazer dinheiro, caso tudo não fosse Rio Doce abaixo, com 62 milhões de metros cúbicos de lama tóxica. (veja aqui o tamanho da desgraça num link do Jornal GGN).

A Vale, dona da Samarco juntamente com a mineradora anglo-australiana BHP Billiton, distribuiu, somente no ano passado, R$ 10 bilhões para os seus acionistas. Aliás, quem pesquisar no Google verá uma lista enorme de reportagens destacando esses dividendos. Dinheiro para acionista é a pauta principal quando se fala em Vale. Dá impressão de que querem jogar na nossa cara o tempo todo: "Tá vendo como a privatização deu certo?"  Deu certo, sim, mas para os acionistas, e deu errado, e põe errado nisso, para os trabalhadores e moradores de Mariana e de todas as cidades ribeirinhas do Rio Doce até chegar ao mar.

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Nas reportagens sobre a premiação da Samarco pela Revista Exame só se fala em conquistas  financeiras.    Em nenhum momento o aspecto da  segurança da barragem foi considerado um "quesito".

A premiação em nada compensará o número de mortos e o prejuízo ambiental. Estão, realmente, pouco preocupados, os responsáveis por esses prêmios. A Revista Exame, pelo jeito, jamais pisou no barro de Mariana para verificar se a obra da barragem de Bento Rodrigues estava tão segura ao ponto de sua empresa ganhar "medalha".  Tampouco os deputados federais que outorgaram a Alckmin o prêmio por gestão hídrica colocaram seus sapatos engraxados com esmero na lama do reservatório da Cantareira. Se fossem, também, dariam o prêmio da mesma forma. A lama que eles propiciam é de outro tipo.

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