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Ricardo Mezavila

Escritor, Pós-graduado em Ciência Política, com atuação nos movimentos sociais no Rio de Janeiro.

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Preta

Em meio a um Brasil polarizado, onde as redes sociais amplificam tanto o amor quanto a intolerância, Preta se reinventou como símbolo de luta

Preta Gil (Foto: Reprodução/Instagram)

Preta Gil, teve que lidar e brigar contra o racismo, homofobia, gordofobia, em uma época turbulenta para essas causas, com o país transformado em uma arena de ódio, palco de hostilidade e desinteresse pela vida do outro.

Em meio a um Brasil polarizado, onde as redes sociais amplificam tanto o amor quanto a intolerância, Preta se reinventou como símbolo de luta e autenticidade, mostrando que a arte e a coragem podem ser armas poderosas contra a discriminação.

Construindo pontes para o diálogo e a representatividade, Preta Gil trouxe à tona debates sobre aceitação e diversidade étnica, especialmente ao comandar multidões em cima de um carro de som no Carnaval.

Arrastando tribos com sua energia contagiante, ela conquistou respeito e reconhecimento, mesmo enfrentando a resistência de grupos preconceituosos, transformando cada apresentação em um ato de celebração e luta por um Brasil mais plural.

Com as portas abertas na mídia e com a marca da bravura no nome, Preta Gil transformou sua visibilidade em uma plataforma poderosa de ativismo, erguendo a bandeira da inclusão em um Brasil onde a rejeição, exclusão e desamor ditam narrativas.

Com ecos da transcendência que marca a obra e a vida de seu pai, Gilberto Gil, cuja música e filosofia sempre buscaram ultrapassar as barreiras do material para tocar o universal, Preta fez cada gesto de resistência se tornar uma celebração da vida e da dignidade.

O ato final da vida artística, foi o dueto com Gilberto Gil na música Drão, tendo transcendido do palco e emocionado corações e almas conectados na purificação que é a passagem de uma dimensão para outra.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.