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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Previsão para hoje: nada indica que os 302 que elegeram Lira vão praticar harakiri

"A votação de hoje à tarde será nominal. Todos que comparecerem darão a cara a tapa. Vamos ver quem vai se aliar, em cadeia nacional de TV, ao deputado que incitou a surrar o ministro Edson Fachin 'com um gato morto' e que ficou claramente identificado como uma ameaça à ordem pública", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) (Foto: Agência Câmara)
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Por Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Em apenas dois dias os brasileiros, quer dizer, a maioria dos brasileiros, de qualquer tendência política, percebeu que não valia a pena fomentar um crise institucional por causa de um “Daniel o quê”?, na brilhante definição do presidente do STF, Luiz Fux.

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Se os dois vídeos de ataques torpes e chulos não fossem bastante, o que chocou o país foi o vídeo em que ele, com aquela pinta de “Johnny Bravo”, já preso, quase bateu na funcionária do IML que pediu, gentilmente, para ele colocar a máscara.

Nos primeiros instantes após os vídeos e a ordem de prisão, temeu-se pelo pior. Que o “Daniel não sei o que” estava dando a senha para um golpe militar; que seria o porta-voz de um movimento que derrubaria de vez a democracia brasileira; e que seus aliados bolsonaristas engrossariam o coro contra o STF, partindo para o tudo ou nada; que a democracia estava por um fio.

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Mas a goleada de 11 a 0 mudou o rumo da história. Em menos de uma hora os magistrados da Suprema Corte puseram uma pá de cal nas pretensões e nos questionamentos de algumas vozes isoladas vindas da Câmara. Depois do placar acachapante, o silêncio foi ensurdecedor.

O presidente da Casa, Arthur Lira, viu-se na situação da “escolha de Sofia”, mas atuou para a crise entrar menor do que saiu. Não queria turbulência três semanas depois de assumir. Tentou usar panos quentes. Propôs negociação com o STF, achando que a Suprema Corte toparia, tal como Bolsonaro topou negociar sua ascensão à presidência da Câmara.

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Não teve negócio. E ainda por cima Lira ouviu dos líderes na Câmara que ninguém estava disposto a abraçar o afogado.

Bolsonaristas histéricos, inclusive o próprio Bolsonaro, sempre o mais histérico deles, ficaram na moita.

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O STF traçou uma linha. Quem a ultrapassar terá o mesmo destino do “Johnny Bravo”. Não há dúvida que ele vai ficar na cadeia por muito tempo – o que adora, se orgulha de ter sido preso 90 vezes quando servia na PM carioca – e impedido de disputar as próximas eleições. Ou será cassado pelos colegas ou pelo STF. A cassação pode demorar 60 dias e a condenação na última instância, seis meses.

A votação de hoje à tarde será nominal. Todos que comparecerem darão a cara a tapa. Vamos ver quem vai se aliar, em cadeia nacional de TV, ao deputado que incitou a surrar o ministro Edson Fachin “com um gato morto” e que ficou claramente identificado como uma ameaça à ordem pública.

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Nada indica que os 302 deputados que elegeram Lira vão praticar harakiri.

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