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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Professor polonês ensina a derrotar Bolsonaro em 2022

"O professor polonês Maciej Kislowski, da Universidade da Europa Central, faz um alerta aos brasileiros que, tal como os poloneses, estão por aqui com seu governo de extrema-direita, sob constante ameaça de virar ditadura", escreve Alex Solnik, do Jornalistas pela Democracia

Bolsonaro acena a apoiadores nos jardins do Palácio da Alvorada 19/07/2020 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Por Alex Solni,  do Jornalistas pela Democracia

O professor polonês Maciej Kislowski, da Universidade da Europa Central faz, em entrevista a Ana Estela Souza Pinto, hoje, na Folha de S. Paulo, um alerta aos brasileiros que, tal como os poloneses, estão por aqui com seu governo de extrema-direita, sob constante ameaça de virar ditadura:

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“O Brasil ainda tem tempo para reagir (n.r.: Andrzej Duda reelegeu-se na Polônia neste fim de semana), mas é um risco enorme a oposição acabar se omitindo por acreditar que Bolsonaro pode enfraquecer com o passar do tempo”.

“Num país a caminho da autocracia o governo se organiza cada vez mais, enquanto a oposição se divide”, diz ele.

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A ameaça não é um golpe de estado, mas algo ainda pior:

“Os autocratas de hoje adotam a estratégia de erodir a democracia lenta e paulatinamente, em vez de promover golpes. Eles cozinham os sapos lentamente até que seja impossível escapar. A cada nova eleição eles apertam um pouquinho. Não tentam extinguir a oposição, mas enfraquecê-la e mantê-la impotente”.

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O ponto de não-retorno para uma ditadura é a reeleição do autocrata:

“A reeleição é o momento-chave. Se um populista consegue vencer depois de todas essas agressões à democracia, ele está recebendo uma ratificação da sociedade. A elite é sempre oportunista. Quando percebe que este é o status quo torna-se conivente”.

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Essa epidemia de autoritarismo tem tratamento, ou melhor, dois: 1) conversar com os eleitores do autocrata, no caso brasileiro, Bolsonaro e 2) fazer concessões aos conservadores nas próximas eleições.

Exemplos não faltam para comprovar a eficácia da estratégia: 1) a primeira-ministra dinamarquesa ganhou da extrema-direita em 2019 adotando alguns pautas anti-imigrantes; 2) Jacinda Ardern governa a Nova Zelândia graças a uma “barganha faustiana” com o populista Primeiro Partido; 3) Sebastian Kurz se aliou nas eleições da Áustria à direita radical, depois a alijou e se aliou ao Partido Verde.

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“Não se pode esperar chegar ao poder sem um compromisso significativo com o outro lado do debate” diz ele. “É preciso discutir que concessões morais somos capazes de fazer”.

Outra recomendação é baixar a bola em vez de aumentar a voltagem política:

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“A oposição teria que fazer um recuo estratégico para desarmar a polarização ideológica”.

A união das oposições é o caminho mais seguro para derrotar um populista, mas também o mais difícil.

O que é preciso para essa união acontecer, pergunta a repórter.

“Medo” responde Kislowski. “Eles precisam estar apavorados, entender que é uma questão de vida ou morte”.

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