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Francisca Pereira da Rocha Seixas

Secretária de Assuntos Educacionais e Culturais da APEOESP e secretária de Saúde da CNTE

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Professoras e professores adoecem devido às péssimas condições de trabalho

Dificilmente encontramos professoras e professores totalmente satisfeitos com a profissão. Vivemos um momento extremamente delicado com ataques sucessivos à educação pública com cortes no orçamento, tentativas de censura aos docentes e total desrespeito às mínimas condições para o trabalho fluir adequadamente

(Foto: CECILIA BASTOS/USP Imagem)
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Um levantamento feito recentemente pela reportagem do telejornal SBT Brasil chamou a atenção para a carreira dos docentes no estado de São Paulo. Segundo a reportagem, 45 professoras e professores pedem afastamento do trabalho por problemas de saúde diariamente. A maioria por esgotamento nervoso.

Situação muito grave porque a carreira do magistério vem sendo desvalorizada há tempos, mas sofre uma ofensiva jamais vista com o governo de Jair Bolsonaro. Essa pressão aumenta o já grande desgaste natural de uma profissão de extrema responsabilidade e insegurança.

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Assim como mostra a pesquisa realizada pela Associação Nova Escola, enter junho e julho de 2018. Ao ouvir 5 mil professoras e professores, o estudo constatou que 66% dos profissionais precisaram se afastar do trabalho por adoecimento. Sendo que 87% acreditam que o problema é causado pelo excesso de trabalho e pela falta de infraestrutura.

Ainda de acordo com a pesquisa, 68% sofrem de ansiedade, a seguir vem o estresse e as dores de cabeça que atinge 63%. Insônia afeta 39% das professoras e professores, dores nos membros atinge 38% e alergias também 38%. Um grande número, 28%, diz já ter sofrido de depressão.

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A professora Iêda Soares Pinto, que leciona no Ensino Fundamental II, Ensino Médio e EJA no Distrito Federal, conta à Nova Escola que começou a tomar remédios para controlar a ansiedade. “Trabalho em três escolas e raramente consigo fazer todas as refeições ou praticar atividades físicas. Além disso, levo muito trabalho para casa e fico sem tempo para nada”, relata.

Já uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Ministério da Educação (MEC), identifica que 17,7% das professoras e professores sofrem com problemas vocais, seguidos por problemas respiratórios (14,6%) e emocionais (14,5%).

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A pressão exercida pelo poder público, principalmente no atual governo vem provocando cada vez mais adoecimentos. Além disso, a falta de infraestrutura adequada, de um plano de carreira, de um salário compatível com o nível de responsabilidade da profissão, o excesso de horas trabalhadas e a falta de políticas de valorização docente provocam ainda mais adoecimentos.

Por isso apenas 23% das trabalhadoras e trabalhadores em educação recomendariam a profissão aos mais jovens, segundo a Pesquisa Docente, da ONG Todos Pela Educação em parceria com o Itaú Social. Enquanto 48% disseram não recomendar.

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Um levantamento da própria Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), em 2016, comprova o alto índice de adoecimento entre as professoras e professores. Nesse estudo da SEE-SP, 21,8% dos profissionais da educação paulista saíram de licença médica ao menos uma vez no ano de 2015.

A maioria dos casos registrados foram de transtornos mentais e comportamentais (27,8% do total). Os especialistas apontam as péssimas condições de trabalho, os baixos salários e a frustração causada pelo descaso com a educação e a violência a que as professoras e professores estão expostos diariamente como as principais causas desses adoecimentos.

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Outro levantamento feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) com 762 delegados do 33º Congresso Nacional da CNTE em 2017, mostra que os principais motivos do afastamento são o estresse, fadiga e depressão. Justamente causados pelas extensas jornadas de trabalho e pelo descaso com a educação. Em São Paulo, estado mais rico da nação, uma professora ou professor tem que trabalhar em duas ou três escolas para receber um salário que possibilite condições mínimas básicas de vida.

Dificilmente encontramos professoras e professores totalmente satisfeitos com a profissão. Vivemos um momento extremamente delicado com ataques sucessivos à educação pública com cortes no orçamento, tentativas de censura aos docentes e total desrespeito às mínimas condições para o trabalho fluir adequadamente.

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Ou paramos esse governo que está matando a juventude negra, pobre e da periferia, as mulheres, os LGBTs, os povos indígenas, destrói a Amazônia, o meio ambiente, os direitos trabalhistas, o emprego, a saúde pública, a educação pública ou esse governo destrói de vez o Brasil.

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