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José Roberto Mello

José Roberto Mello é jornalista

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Profissionais fazem artes durante a pandemia

Quantas pessoas estão por aí fazendo arte sem ser valorizadas, correndo o risco de voltar pra condição de miséria com o fim do auxílio emergencial?

(Foto: Arquivo pessoal)
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Quem aí se lembra do cantor e compositor Itamar Assumpção? Ficou conhecido nos anos 1980 e é lembrado até hoje pelas letras vanguardistas e melodias incríveis. Uma de suas músicas dizia o seguinte: "Meu nome é Benedito João dos Santos Silva Beleléu, vulgo Nego Dito, Nego Dito Cascavel". 

Aqui em Caraguatatuba, no bairro do Porto Novo, vive um outro Nego Dito que o país precisa conhecer: Benedito de Moura, 68 anos, já foi gráfico, pedreiro, caseiro e agora está desempregado, vivendo do auxílio emergencial. Em meio à pandemia, Dito, também conhecido como o "Gaudí do Porto Novo", onde mora há mais de 35 anos, consegue se isolar fazendo arte. O velho conhecido de todos no bairro tem na sua casa um canteiro artístico e cultural.

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Ele usa reciclados e plantas para decorar sua casa, uma galeria de arte que se transforma a cada dia, dependendo de sua inspiração. Dito consegue ficar boa parte de seu tempo dentro de casa, e fora dela só usa máscara quando é lembrado. Ano passado, no início da pandemia, ele como a grande maioria da população não levava muito a sério as medidas de segurança. No seu atelier mutante, ele ouve música num radinho de pilha e vê TV aberta. 

Dá preferência aos "noticiários" sensacionalistas. Às vezes enaltece o genocida de plantão do Palácio do Planalto, mas logo se lembra dos bons anos dos governos Lula e Dilma. Às vezes fica muito preocupado com a segurança e defende o armamento, mas lembra que anos atrás podia comer carne de primeira. 

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Quantas pessoas estão por aí fazendo arte sem ser valorizadas, correndo o risco de voltar pra condição de miséria com o fim do auxílio emergencial? É muito triste constatar que sanha genocida de quem hoje nos governa passa, como uma cortina de fumaça, por cima de coisas tão incrivelmente belas - como a música de Itamar e a arte do Dito do Porto Novo.

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