Protagonismo ambiental do Brasil em risco

Em Brasília, analistas politicos acham que o presidente Lula terá de usar toda a sua experiência  na política para contornar os sérios prejuízos que seu governo pode ter com a crise armada pelo Centrão no Congresso ao querer aprovar, nesta semana, a medida provisória da reforma administrativa esvaziando os ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas.

Isso porque, internamente, esses dois ministérios podem até nem ter lá tanta relevância no tabuleiro político do país, mas no exterior são vistos como a menina dos olhos dos ambientalistas mundiais, que têm grande poder político junto aos organismos internacionais e os grandes países que já se preocupam com as mudanças climáticas.

E não é para menos tal preocupação porque a maioria dos países do planeta já até se assustam com os cada vez mais amplos e mais graves desastres ambientais, que têm causado gravíssimos prejuízos econômicos e sociais a todas as nações do planeta.

Neste contexto, o esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente, de Marina Silva, pode ter repercussão muito negativa no exterior, ao ponto dos grandes países pararem de ajudar o Brasil a preservar e recuperar as graves perdas ambientais sofridas pela Amazônia, considerada essencial para o equilíbrio climático tanto do país, quanto do planeta.

Afinal, nunca é demais relembrar que a Amazônia é o grande diferencial que o Brasil tem para mostrar ao mundo, na medida em que é a maior e mais rica e mais bonita floresta tropical do planeta, dando ao país um ponto essencial para o crescimento de seu protagonismo ambiental no mundo. 

Portanto, todo cuidado será pouco para o presidente Lula resolver essa situação delicadíssima entre o meio ambiente com povos originários e a necessidade de sua governabilidade com um Congresso pra lá de conservador. Mas que já está demonstrando saber operar bem o jogo da política na Praça dos Três Poderes.

Nem tanto ao céu, nem tanto â terra. Mas ao meio ambiente, que começa no meio da gente!