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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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PT versus PT

"O fato inédito da eleição a prefeito de São Paulo deste ano é que, pela primeira vez, o PT vai disputar contra o PT. Essa história de que Marta é do PMDB não vai colar", escreve o colunista do 247 Alex Solnik, lembrando que "é muito cedo para tirar dela o rótulo petista, se é que um dia ele vai sair"; resgatando a história dos prefeitos da capital paulista, o jornalista avalia que, "a julgar pelo retrospecto, São Paulo tende a escolher um próximo prefeito conservador, o que se torna mais factível dada a divisão dos votos petistas entre Marta e Haddad"; "É contra essa tendência que Haddad deverá travar a sua maior batalha", afirma; leia a íntegra

"O fato inédito da eleição a prefeito de São Paulo deste ano é que, pela primeira vez, o PT vai disputar contra o PT. Essa história de que Marta é do PMDB não vai colar", escreve o colunista do 247 Alex Solnik, lembrando que "é muito cedo para tirar dela o rótulo petista, se é que um dia ele vai sair"; resgatando a história dos prefeitos da capital paulista, o jornalista avalia que, "a julgar pelo retrospecto, São Paulo tende a escolher um próximo prefeito conservador, o que se torna mais factível dada a divisão dos votos petistas entre Marta e Haddad"; "É contra essa tendência que Haddad deverá travar a sua maior batalha", afirma; leia a íntegra (Foto: Alex Solnik)
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O fato inédito da eleição a prefeito de São Paulo deste ano é que, pela primeira vez, o PT vai disputar contra o PT.

Essa história de que Marta é do PMDB não vai colar. É muito cedo para tirar dela o rótulo petista, se é que um dia ele vai sair. Reza a lenda que, uma vez PT, sempre PT. Dificilmente um ex-petista emplaca num outro partido, na maioria das vezes deixa de ser político porque nunca mais consegue se eleger.

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Os votos, portanto, que Marta vai buscar em São Paulo são aqueles que ela conquistou quando foi prefeita pelo PT e que estão na periferia. A cada eleição fica mais claro que quem elege o prefeito de São Paulo é a periferia, onde a população aumenta e não o centro, onde escasseia.

São Paulo é uma cidade volúvel e imprevisível quanto ao gosto eleitoral, é o que se viu nos últimos trinta anos, desde a redemocratização.

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Começa por 1985, a cidade tinha acabado de alavancar as Diretas Já, os ares de liberdade tomavam conta das ruas, mas na hora do vamos ver a cidade elegeu o autoritário, careta e corrupto Jânio Quadros! Ele ficou conhecido por fiscalizar pessoalmente motoristas infratores e por assediar as repórteres que cobriam o dia a dia do seu gabinete, apesar de não ter mais nem o aspecto nem a idade de um galã.

Mas São Paulo também não perdoa quando se decepciona com sua escolha e não tem vergonha de na eleição seguinte votar numa pessoa de perfil oposto, como fez em 1988, colocando no lugar do conservador Jânio a petista e progressista Erundina. Pelo visto ela também não agradou tanto assim porque em 1992 São Paulo votou em Maluf, mostrando, mais uma vez que não se importa com a ideologia do candidato, um fervoroso adepto da ditadura militar que São Paulo deplorava e ajudou a derrubar.

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Por mais estranho que pareça, Maluf agradou, de certa forma, porque em 1996 elegeu seu candidato com a frase "se o Pitta não for um bom prefeito nunca mais vote em mim". Como a política, assim como o dinheiro, não aceita desaforo Maluf foi castigado. Pitta entrou na história como o pior prefeito de São Paulo de todos os tempos. Tanto é que em 2000 os conservadores foram defenestrados e a eleita foi a petista Marta Suplicy.

Marta também não convenceu, perdeu para Serra em 2004, e ele usou a prefeitura como trampolim para o governo, deixando a cidade nas mãos do conservador, careta e malufista Gilberto Kassab. Em 2006 ele se elegeu prefeito, tornando-se no político que governou a maior cidade do país por mais tempo - sete anos – desde a redemocratização. E quem ficou menos tempo na prefeitura de São Paulo nos últimos 30 anos foi o PSDB, apenas um ano com Serra.

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A julgar pelo retrospecto, São Paulo tende a escolher um próximo prefeito conservador, o que se torna mais factível dada a divisão dos votos petistas entre Marta e Haddad.

É contra essa tendência que Haddad deverá travar a sua maior batalha.

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