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Roberto Malvezzi

Graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo. Atualmente, integra Equipe CPP/CPT do São Francisco

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Qual a diferença entre o amor cristão, ateu ou comunista?

Sim, para quem está em estado de dependência absoluta, como eu estava em Roma, que diferença faz se o gesto solidário e de amor vem de alguém comunista, alguém ateu ou alguém cristão?

(Foto: Reuters)
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Quando em outubro passado fiquei hospitalizado durante dez dias em Roma - 8 dias na UTI - fui atendido com muito carinho por enfermeiros e enfermeiras, médicos e médicas, serviço de alimentação, pelo capelão que nos levava eucaristia todos os dias, pelos visitantes que estavam no Sínodo para a Amazônia – eu fui para o Sínodo e adoeci -, depois por meus familiares. Um padre, secretário do Sínodo, me visitava duas vezes todos os dias e me repassava a informação de meu estado de saúde.

Não sei ali quem era cristão, quem era ateu, quem era comunista, ou se ali não havia nenhum deles. Eu estava num estado de total impotência, dependia dessas pessoas cem por cento. 

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Lembro muito hoje daqueles profissionais da medicina que me atendiam, juntamente com outros homens e mulheres que estavam na UTI – sim, lá é todo mundo junto -, certos dias com clara aparência de exaustão pelos serviços de dia e noite. 

Hoje vejo médicos cubanos indo para a Itália ajudar no trabalho esgotante do setor de saúde daquele país e cuidar de seus enfermos. Vejo que um Padre italiano cedeu seu aparelho respiratório para alguém mais jovem sobreviver e ele morreu por falta do ventilador mecânico. Quando seu caixão passou pelas ruas, foi aplaudido das janelas pelo povo, devido ao seu gesto supremo de amor. Vejo que médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, estão exaustos, adoecendo, morrendo para poder cuidar da população.

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Enquanto isso, no Brasil, seres humanos dizem que é preciso que o povo morra mesmo, que a morte dos idosos é insignificante, que a agenda econômica deve se sobrepor à agenda humanitária da vida. Muitos se dizem cristãos, frequentam igrejas, são moralistas com os “pecadores”, no entanto é impossível ver neles qualquer gesto que se pareça com o amor. 

Claro, há a reação extraordinária de governadores, sobretudo do Nordeste, tapando o vácuo político do governo federal e criando políticas paralelas para poder contribuir com a população de seus estados. Na TV Bahia, uma reportagem conjunta do governador com o prefeito de Salvador sobre o que fazer nesse momento para evitar a catástrofe, me pareceu diferente de tudo que tenho visto na política baiana em 40 anos.  

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Sim, para quem está em estado de dependência absoluta, como eu estava em Roma, que diferença faz se o gesto solidário e de amor vem de alguém comunista, alguém ateu ou alguém cristão?

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