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Luiz Henrique Dias

Professor, gestor público e mestrando em História da UNILA

40 artigos

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Qual a saída para um país dividido? a resposta é simples e direta: a economia

se o país gerar empregos, renda e tranquilidade à vida das pessoas, vamos conseguir recuperar os 90% de coesão social que tínhamos e isolar os 10% de malucos, hoje à frente do país, justamente porque prometeram salvar a economia e, obviamente, mentiram.

Correção do salário mínimo: uma questão de justiça (Foto: Daniel Isaia/Agência Brasil)
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existe no brasil um movimento de polarização política e social extremamente perigoso e confuso, principalmente, a partir de 2013. 

nosso o país se tornou um verdadeiro inferno para quem preza pelo diálogo. uma tourada sangrenta. uma cena dantesca. 

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nas ruas, nos bares, nos grupos de whatsapp e até nas relações familiares e íntimas, a racionalidade é frágil e, qualquer palavra pode produzir reações antes inimagináveis em pessoas de nosso convívio. 

a política - base da vida social - se transformou em um embrião binário que caminha para a intolerância, onde a mentira é a arma contra o argumento e as opiniões se transformaram em postulados, em leis.

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e essa escalada onírica/real nos levou, e tende a nos levar ainda mais, ao ódio ao Outro, à violência física, ao braço duro do Estado e aos homicídios políticos. 

nossa democracia, tão valiosa, caminha pela curva de sublimação do diagrama de fases do momento histórico. e os riscos são enormes. 

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pergunto então ao leitor: onde erramos? 

por que nos dividimos tanto? 

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será que foi o ódio de classe (sim), ou a guerra entre o obscuro e a ciência (sim), a religião e o culto ao estado laico (sim), nosso racismo e patriarcado culturais (sim) e nossa sociedade de castas e oligarquias disfarçada de democracia (sim)?

mas se isso sempre existiu, o que então nos unia há pouco mais de uma década?

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simples: a economia. 

de 2006 a 2012 experimentamos um período de pleno desenvolvimento econômico e social, protagonizado sim (e ninguém foi capaz de negar isso de forma a me convencer) pelo então presidente lula e sua sucessora, dilma. 

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a forma de governar do lula era olhar para a capacidade do mercado interno, para o consumo e usar isso para gerar emprego, inserir o pobre na economia e melhor a vida média das pessoas. 

e lula saiu do governo com quase 90% de aprovação. 

no meio desse percentual, tinha de tudo: rico, pobre, bolsominion, facista, neonazi, esquerdopata, lulista, lgbt, feministas, conservadores, empresários, sem terra, crente, ateu, eu, certamente você e quem mais quiser colocar na lista. 

a gente era unido pela economia boa. 

e não porque as pessoas não fossem esses diabos propagadores de ódio que nos tornamos ou militantes das boas causas. 

mas com a economia indo bem, tínhamos mais tempo e saúde mental para pensar em outras questões, porque experimentávamos uma perspectiva de emprego, renda, direitos sociais e estabilidade política. 

o cidadão comum quer viver sua vida e tentar ser feliz, ver o futebol, dançar na rua, comer, ter tempo para a família, consumir. cada um fazendo suas escolhas e deixando o governo governar. 

agora, quando a economia vai mal, a gente não pode planejar nada, teme a escassez e perde a civilidade. o outro passa a ser o inimigo, em geral o diferente de nós. e o pior do que há dentro da gente pode vir à tona. 

(e aí alguém vai me perguntar "e as redes sociais? e as fakenews?" e responderei "nada vencerá o dinheiro no bolso das pessoas e a possibilidade de planejar a vida". posso estar errado, mas tenho a intuição que não estou).

o novo pacto social brasileiro deve ter um olhar econômico acima de tudo. 

se o país gerar empregos, renda e tranquilidade à vida das pessoas, vamos conseguir recuperar os 90% de coesão social que tínhamos e isolar os 10% de malucos, hoje à frente do país, justamente porque prometeram salvar a economia e, obviamente, mentiram. 

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