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Denis Carvalho

Jornalista, artista e Secretário de Comunicação do PT de Americana-SP

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Qual Brasil não pode parar?

O Brasil desta elite, com estrutura para se proteger dentro de suas fortalezas e recursos para se esbaldarem de iFood, pode parar tranquilamente. O que não pode parar é o crescimento dos números das suas contas bancárias através da exploração da classe trabalhadora. Mas e os outros “Brasis” que já vem parando há muito tempo?

(Foto: Marcos Corrêa - PR)
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Na última semana o Brasil entrou em choque com o lançamento da campanha “O Brasil Não Pode Parar” pelo presidente Jair Bolsonaro.

A campanha, que visa colocar a classe trabalhadora de volta aos seus postos de trabalho e em risco iminente de contágio e proliferação do coronavírus, além de contrariar todas as normas de prevenção e cuidados relacionados ao COVID-19, também ia na contramão de todas as orientações que os chefes de Estado estão anunciando nos países ao redor do mundo.

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Segundo a informação do Blog do Ancelmo Gois, do jornal O Globo, felizmente no último sábado (28), a juíza Laura Bastos Carvalho, da Justiça Federal do Rio de Janeiro, concedeu liminar para suspender a campanha, a pedido do Ministério Público Federal.

O blog do jornalista Leonardo Sakamoto, do UOL, também destacou a declaração do analista de risco político Ian Bremmer, fundador e presidente do Eurasia Group, dizendo que “há muita concorrência, mas o líder mais ineficaz do mundo quanto à resposta ao coronavírus, é, neste momento, o presidente brasileiro Bolsonaro”.

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Recentes declarações de diversas lideranças mundiais mostram que, independente do campo ideológico, todos caminham na mesma direção, defendendo o isolamento para não aumentar a curva da contaminação e mortes. Menos Bolsonaro. Até o presidente estadunidense Donald Trump recentemente tuitou sobre diálogos com a China – rival político e econômico dos EUA - para trabalharem juntos nessa causa, pois sim, ela ultrapassa estas disputas.

Neste final de semana, parte do Brasil ficou em choque com carreatas da elite brasileira querendo que seus empregados voltem ao trabalho. Era nítido perceber a hegemonia de “carrões de luxo” nestes atos, que foram prontamente repudiados nas redes sociais. Os patrões ali estão bem protegidos dentro dos seus carros e não se importam nenhum pouco em deixar seus empregados correrem os riscos que eles não querem e não vão correr. Isso mostra que a elite brasileira não se sensibiliza, não tem empatia e nem solidariedade em meio à pandemia e risco iminente de morte com o coronavírus.

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O Brasil desta elite, com estrutura para se proteger dentro de suas fortalezas e recursos para se esbaldarem de iFood, pode parar tranquilamente. O que não pode parar é o crescimento dos números das suas contas bancárias através da exploração da classe trabalhadora. Mas e os outros “Brasis” que já vem parando há muito tempo?

Quando se desconstitui o Ministério da Cultura e as políticas construídas ao longo dos anos no setor cultural, o Brasil dos artistas parou. Quando se promoveu o sucateamento do Estado até se acabar com o programa Ciências Sem Fronteiras, o Brasil dos nossos cientistas parou. Quando o ódio para se destituir qualquer política positiva feita nas gestões anteriores de seus opositores leva a redução do Bolsa Atleta e incentivos ao esporte, o Brasil dos esportistas também pára. Destruição do programa Mais Médicos, cortes no Bolsa Família, FIES, Minha Casa, Minha Vida, tudo isso e muitas outras ações deste governo Bolsonaro, pararam o Brasil de milhões de brasileiros e brasileiras que necessitam de políticas públicas assertivas do Estado para que lhes sejam assegurados os seus direitos constitucionais.

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Agora, quando uma pandemia global demonstra afetar a margem de lucro dos batedores de panela que financiaram caixa-2 no Whatsapp nas eleições, aí o Brasil não pode parar? Quando a política de incentivo das gestões de Lula e Dilma deram lugar a política privatista de cortes, aumentando demais a produção e o desemprego, esse Brasil, de ações políticas desastrosas não poderia parar?

Dizem que devemos olhar para o passado e aprender com os erros cometidos. Se esse Brasil elitista, genocida e capitalista sem nenhum escrúpulo não parou antes, que pare agora. 

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Bolsonaro, renuncie.

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