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Alex Saratt

Alex Saratt, professor de História nas redes públicas municipal e estadual em Taquara/RS e dirigente sindical do Cpers/Sindicato.

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Qual vai ser? o que vai dar?

Não há dúvidas, o xadrez político transformou-se num RPG. Como costumam advertir os norte-americanos em suas declarações oficiais: “todas as cartas estão sobre a mesa”. Amplitude, unidade, prioridade, perspicácia, flexão e muita política são as razões e medidas que podem dar rumo a um movimento capaz e comprometido a dar cabo ao ameaço ditatorial e fascista

Jair Bolsonaro e Sergio Moro (Foto: Reprodução)
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Tenho um amigo a qual não encontro há anos que tinha por costume indagar: E aí, qual vai ser? O que vai dar? Mal sabia ele que suas gírias serviriam tão bem para questionar os enigmáticos e imprevisíveis desdobramentos da luta aberta entre as frações da burguesia pelo poder político no Brasil.

Se a demissão de Mandetta foi relativamente bem absorvida e superada, podemos reprisar a avaliação após a espetaculosa saída do ex-juiz Sérgio Moro do cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública? Moro tem vida e vôo próprio e sua nomeação era a fiança de um propósito político e governamental que, em parte, se desmancha com sua ruptura.

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Perceba-se que antes do episódio, o Presidente Jair Bolsonaro havia escanteado outro fiador, o outrora superministro Paulo Guedes, dando espaço, protagonismo e condução à política econômica ao General Braga Neto, da Casa Civil. Mais: o corolário neoliberal cedia terreno ao intervencionismo estatal – tão ao gosto dos militares.

O que vai dar? Difícil prognóstico, mas é lícito pensar que Moro arrasta parte das camadas médias, afinal ele é a encarnação da luta anticorrupção e carrega o discurso da antipolítica tanto quanto o ex-chefe. Se não dispõe dos recursos para digladiar na arena virtual, conta hoje com a Globo e traz consigo o DNA tucano.

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O aspecto antissistema tão caro ao Bolsonarismo é uma incógnita, pois o Presidente recentemente não apenas acolheu a sórdida figura de Roberto Jefferson como também atraiu parte do fisiológico Centrão para a base governista. Mas seu contra-ataque às denúncias do ministro demissionário contiveram teor antissistêmico indiscutível e convenceram parcela de seus apoiadores.

O dado interessante é que se Bolsonaro roubou a classe média e as classes populares tanto do PSDB quanto do PT em 2018, estas ou retornam ao leito direitista mais moderado ou não abandonaram por completo a gratidão política aos feitos dos anos Lula/Dilma. Ocorre, probabilisticamente, uma redistribuição dos apoios e votos de modo a reequilibrar forças.

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Governar com 1/3 dá margens, mas a insegurança aumenta se o oposicionismo unificar trâmites e objetivos. De fato, a base social, política e econômica de Bolsonaro estreitou e está longe da estabilidade e poder de fogo que garantiriam suas ousadias. O campo adversário sofre de males similares, mesmo porque um dos atores – a Esquerda – parece patinar em suas idiossincrasias.

Não há dúvidas, o xadrez político transformou-se num RPG. Como costumam advertir os norte-americanos em suas declarações oficiais: “todas as cartas estão sobre a mesa”. Amplitude, unidade, prioridade, perspicácia, flexão e muita política são as razões e medidas que podem dar rumo a um movimento capaz e comprometido a dar cabo ao ameaço ditatorial e fascista. Nada brota de solo que não é regado e a salvação de vidas, da Democracia e da Nação depende de um arranjo consciente da urgência das coisas. Afinal, qual é que vai ser? O que é que vai dar? 

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