Quando os pecadores e os hipócritas atiram pedras
Quem é que por décadas a fio remeteu os lucros obtidos com a exploração do trabalho, do suor e sangue do povo brasileiro para contas secretas na Suíça, onde resguardam seus pé-de-meia offshore?
“Joga pedra no PT!
Joga bosta no PT!
Ele foi feito pra apanhar!
Ele é bom de cuspir!
Ele dá [direitos] pra "qualquer um".
Maldito PT!!!”
A sociedade, desde sempre, desde que o mundo é mundo, tem a prática de se utilizar dos chamados "bodes expiatórios", ou dos popularmente conhecidos "bois de piranha" – e isso está devidamente registrado/catalogado na história da moral, dos usos e costumes e, claro, das práticas políticas.
Tanto é que até já chegou ao cancioneiro popular, como demonstra essa canção de Chico Buarque – citada aqui na epígrafe – e que circula, nos dias que correm fugidios, nas redes sociais, numa excelente performance da atriz Letícia Sabatella, que, a propósito, caminha, com seu peculiar charme e beleza, ao meu/nosso lado, na margem esquerda desse rio.
Da Wikipédia: “Em sentido figurado, um "bode expiatório" é alguém que é escolhido arbitrariamente para levar (sozinho) a culpa de uma calamidade, crime ou qualquer evento negativo (embora não o tenha cometido). A busca do bode expiatório é um ato irracional de determinar que uma pessoa ou um grupo de pessoas, ou até mesmo algo, seja responsável de um ou mais problemas sem a constatação real dos fatos”.
A estratégia da prática conhecida como "boi de piranha", como se sabe, consiste em atirar um boi, geralmente o mais magro e "xexelento" do rebando, num rio repleto de piranhas.
Enquanto as piranhas se "divertem" e se ocupam devorando aquele boi raquítico, o tropeiro atravessa incólume o rio com toda a boiada, que é o que realmente interessa ao dono da fazenda, o seu patrão.
Tá acompanhando? Tá seguindo a tropa? Tá seguindo a boiada?
A "piranha" da música é a Geni; do atual cenário político, é o PT. Mas as piranhas vorazes deste rio metafórico são outras. E nós sabemos bem quem elas são, pois as conhecemos de outros tempos.
Tempos sombrios. Tempos bicudos.
Ou seja: querem atirar o PT à saciedade das piranhas, para que a "boiada" dos políticos do PSDB, DEM e demais asseclas, já bastante conhecidos pelas suas práticas nada republicanas, prossigam incólumes e retomem as rédeas e os rumos da tal "travessia do rio".
O que importa, para eles, é "atravessar" o rio para a margem direita e prosseguir com a comitiva – até o matadouro? Se é que me faço entender quando me utilizo dessa figura de linguagem...
Depois que o PT, desejo de consumo dos canalhas, for devidamente "enquadrado", condenado e derrubado, com a ajuda da grande mídia, da classe média conservadora, do “Tribunal do Fêicibuque” e da turba ensandecida e ignara, os políticos do PSDB, DEM et caterva continuarão, normal e tranquilamente, recebendo suas propinas, financiando e elegendo, por baixo dos panos, dos sete véus da hipocrisia e da falsa moral, seus políticos conservadores e corruptos em detrimento dos políticos de esquerda, estes mais progressistas e compromissados com questões como ética e justiça.
Só que aí, claro, governando para os "boiadeiros" e para os "donos das boiadas".
Quem são os “pecadores” e os “criminosos” da nossa História? Sejamos honestos.
Quem é que por décadas a fio remeteu os lucros obtidos com a exploração do trabalho, do suor e sangue do povo brasileiro para contas secretas na Suíça, onde resguardam seus pé-de-meia offshore?
A roda sempre girou assim.
É assim que a roda gira - não é mesmo?
Só não vale é ficar tonto ou deixar se embriagar com o vertiginoso girar da roda.
É preciso fazer com que a roda gire ao contrário, a nosso favor.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.
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