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Hélio Rocha

Repórter de meio ambiente e direitos sociais, colaborador do 247

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Quando se tocam as artes do Oriente e do Ocidente

Até 29 de outubro, uma das mais sensíveis sínteses sobre o encontro cultural entre o ocidente e o oriente estará exposta no Museu Chácara do Céu

(Foto: Reprodução/Instagram/@museudachacaradoceu)
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*Publicado originalmente em China Radio International

O apreciador das artes plásticas brasileiro pode, até o dia 29 de outubro, apreciar uma das mais sensíveis sínteses sobre o encontro cultural entre o ocidente e o oriente, entre o ancestral e o contemporâneo, entre o anacrônico e o diacrônico na estética da arte. Está em mostra, no Museu Chácara do Céu, na cidade do Rio de Janeiro, a exposição “Sensações: pintura gestual chinesa”. Ela tem em sua principal atração a obra “Tempo e espaço durante o devaneio”, do artista chinês que usa o nome de MzYellow. Nela, o visitante vai testemunhar uma obra que mescla cores em formas que lembram o abstrato, mas que na verdade referem-se à caligrafia chinesa. Uma forma moderna de retratar a cultura do Oriente, que traz os elementos tradicionais, mas incorpora, também, recursos ocidentais contemporâneos como tinta acrílica, verniz, corantes e telas.

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Nascido em 1957, na cidade de Suzhou, a uma hora de carro de Shanghai, MzYellow cresceu acompanhando o progresso econômico da China, que se desenvolveu de forma rápida nas décadas de anos e é atualmente um ator principal da economia global.

Tendo isso em vista, o artista propõe, em sua obra, uma demonstração entre as confluências estéticas entre Oriente e Ocidente, ao mesmo tempo em que reflete sobre os embates culturais entre esses dois diferentes cantos do mundo. Por isso, a instalação, que foi criada especialmente para esta exposição, emparelha a obra de MzYellow a outras tantas de diferentes estilos e períodos, ocidentais e orientais. Entre elas, a de Amedeo Modigliani, um dos principais pintores do século XX, que fez a tela “Retrato de uma viúva”, no caminho contrário ao de MzYellow. Usou de técnicas chinesas, com tinta chinesa ou nanquim. Já a pintura tradicional “Deusa Kouan-Yin/Bodisattva”, de autoria desconhecida, também é emparelhada à de MzYellow e tem todos os traços e técnicas do estilo chinês.

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MzYellow concebeu uma instalação que tem mais de 10 metros de altura, que está sendo apresentada na Biblioteca de Castro Maya, que faz parte do Museu Chácara do Céu, mas é uma seção separada do restante da mostra. Igualmente, ficará justaposta, para reflexão e comparação pelo visitante, com outras criações de outras épocas e diferentes estilos. Segundo o curador da mostra, Clay D’Paula, já experiente na realização de mostras que mesclam a arte chinesa à ocidental, o objetivo é distanciar a exposição da lógica de um “museu dócil”, ou seja, aquele em que tudo é didaticamente mostrado ao visitante e este o apreende passivamente, como numa aula de escola. “A nossa proposta, baseada em conceitos do curador francês Jean-Hubert Martin, é de criar um museu de encantamentos, no qual o visual e as emoções se sobrepõem ao academicismo e à linguagem pedagógica.”

Também segundo o curador da mostra, a proposta de Martin é “ultrapassar a nostalgia da história e mergulhar nos desejos, medos esperanças da humanidade, cristalizados nas imagens, nos objetos e obras de arte”. Ele completa destacando que, a partir desses conceitos, o dado absolutamente milenar do ideograma chinês foi o ponto de partida para toda a reflexão proposta por “Sensações: pintura gestual chinesa”. “A instalação traz o estilo peculiar do artista que é refletir, desconstruir e transformar os ideogramas chineses, uma das mais altas expressões culturais e artísticas do povo chinês, em uma nova linguagem gestual e visual”, conta o curador da mostra Clay D´Paula, que também é especializado em arte contemporânea chinesa.

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Além da mostra focada em MzYellow, o visitante também pode conhecer o Museu Chácara do Céu, ainda pouco divulgado entre os destinos do Rio de Janeiro. Trata-se de uma casa centenária em um dos bairros mais cosmopolitas do Rio de Janeiro, cujo patrimônio foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1974, e atualmente exibe coleções de arte de diversos períodos, e de diferentes origens, livros raros, mobiliário e artes decorativas, distribuídas em uma casa com três pavimentos. Hoje, além das exposições de longa duração e temporárias, o museu mantém dois cômodos originalmente mobiliados e ambientados, a fim de preservar o caráter de residência do local.

A exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura, Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Museus Castro Maia e apresentada e patrocinada pela empresa State Grid Brazil Holding S.A. O Museu Chácara do Céu fica na Rua Murtinho Nobre, 93, Santa Tereza – Rio de Janeiro/RJ (estacionamento no local). Está aberto diariamente das 12 às 17 horas, exceto às terças-feiras. A entrada é franca às quartas-feiras e nos outros dias custa R$ 8 a inteira e R$ 4 a meia-entrada.

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