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Moisés Mendes

Moisés Mendes é jornalista, autor de “Todos querem ser Mujica” (Editora Diadorim). Foi editor especial e colunista de Zero hora, de Porto Alegre.

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Quando um Bolsonaro for infectado

"Jair Bolsonaro teve contato com quase 30 pessoas infectadas. Os filhos também conviveram com os contagiados ou com o pai e os que interagiram com ele. E com os Bolsonaros nada acontece", escreve o jornalista Moisés Mendes

(Foto: Reprodução)
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia

Se Bolsonaro aparecesse para dizer que finalmente foi infectado pela peste, metade do Brasil iria bater panelas e festejar. Bolsonaro, os filhos dele e o pessoal do entorno da família não temem o bicho.

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As pessoas estão morrendo, enquanto a pandemia se alastra, e Bolsonaro e os filhos continuam debochando do esforço dos que tentam se proteger e dos que se dedicam a salvar vidas.

Por isso muita gente iria comemorar se eles ficassem doentes. É ruim? É antiético? É imoral? Não. É uma reação humana, no contexto de total desprezo de Bolsonaro e dos filhos pela saúde coletiva.

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É ofensiva, repulsiva, é criminosa a adoração explícita da família pela morte.

Para pelo menos metade do Brasil, Bolsonaro e os filhos deveriam ser testados pelo vírus que eles dizem menosprezar.

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É dolorosa a sensação de injustiça que reforça o desejo de vingança. Pessoas que tomaram cuidados, porque temiam o contágio desde o começo da pandemia, estão hoje em UTIs ou já morreram.

E os Bolsonaros não só desafiam o vírus como pregam que só os velhos e os doentes devem temê-lo. Só os velhos e os doentes. Só.

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Para os Bolsonaros velhos e doentes devem ser seguidos da palavra ‘só’.

Mas brasileiros jovens também morrem, e os Bolsonaros debocham da pandemia, sempre imunes e impunes.

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Bolsonaro teve contato com quase 30 pessoas infectadas. Os filhos também conviveram com os contagiados ou com o pai e os que interagiram com ele.

E com os Bolsonaros nada acontece. Com os que mais riem da situação de horror, nada se passa.

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Podem dizer que torcer para que algo aconteça com eles é repetir os que comemoraram a doença e depois a morte de dona Marisa Letícia. Não é.

Dona Marisa Letícia não tinha função pública quando adoeceu. Não cometia desatinos que colocasse a saúde pública em risco. Não espalhava fake news que desorientam as pessoas e as induzem ao erro no enfrentamento de suspeitas e sintomas. Dona Marisa Letícia dedicava-se a causas sociais.

Ninguém torce para que os Bolsonaros fiquem doentes e com falta de ar, mas para que experimentem a sala de espera do pavor dos que já ficaram perto da morte.

Que enfrentem uma quarentena, que fiquem duas semanas sem saber se irão viver ou morrer.

Ninguém deseja que um Bolsonaro chegue ao ponto de enfrentar UTI, de se submeter a ventilação mecânica ou de ser entubado.

Não precisa chegar a tanto. Tem gente desejando apenas que eles sintam o que milhares de famílias já estão sentindo. O medo da peste dentro de casa, dentro do corpo de um parente infectado.

Os Bolsonaros deveriam em algum momento, agora ou mais adiante, ficar cara a cara com a realidade que ajudaram a criar pelo desatino do incentivo ao descuido com os outros.

Muita gente acha que os Bolsonaros, por tudo o que fizeram como desprezo pela vida alheia, merecem, sim, ser infectados. Todos eles. Até porque nenhum dos Bolsonaros ficará sem respirador mecânico.

Eu estou entre os que torcem para que isso aconteça, para que os Bolsonaros enfrentem a verdade que negam e o drama que eles desprezam.

Por respeito à memória de médicos e enfermeiros que morreram tentando salvar vidas, torço sem culpas e sem remorsos antecipados. É sincera e agora também é pública essa torcida.

Que sejam infectados e busquem socorro em sessões de exorcismo, e não na estrutura de saúde.

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