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Que desagradável Rodrigo Janot...

Precisa do que, Rodrigo? Uma declaração por escrita pública que ateste o amor de um para o outro e a afinidade ideológica que impede o julgador de ver, no sujeito do processo, um cidadão que não está abaixo da lei?

Rodrigo Janot (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Sobre as conversas mantidas entre o ministro da justiça e o procurador da república Deltan Dallagnol, vazadas pelo The Intercept, o ex PGR Rodrigo Janot teria dito que estas são incomuns, mas não geram a suspeição do então julgador...  

Valha-me Deus; o que o papel vem aceitando, na última década, é de uma grandeza quase asséptica – para não dizer higiênica...   

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Incomum, segundo nossas lembranças mais comuns do ensino médio, seria o invulgar, o extraordinário, o que sai do lugar comum, da rotina, do prumo...  

Então, para o ex PGR, as tais conversas vazadas, mantidas entre o juiz da causa e o promotor chefe da força tarefa que sustenta a acusação na operação lava a jato, ainda que extraordinárias, tiradas fora da rotina funcional de ambos, em desafio ao sistema acusatório, não informam quanto satis a suspeição do julgador que é apanhado orientando o acusador...  

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Deveras, que alguém sem assento na vida jurídica diga uma bobagem desse quilate, vá lá – afinal é só papel. Mas, que a dizê-lo se ponha ex PGR, isso é inaceitável e, com a devida licença, chega a conspirar contra o estado de decência, que antecede o estado democrático de direito, suposto que aquele é um conceito anterior a este (até porque não normativo) e, nesta medida, tem assento na noite anterior à noite dos tempos, onde o homem contratou o convívio em sociedade.   

A conduta que se tira das conversas vazadas, só com o que já saiu, é, de longe, uma mancha intransponível ao desenvolvimento regular do indisponível fair trail...  

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A toda evidência, em qualquer estado democrático de direito, o julgador que orienta as ações do acusador perde, ao fazê-lo, a sua condição de distância e desinteresse imprescindíveis à decisão da causa, passando a ser o alter ego (outro Eu) da acusação, suposto que ao abrir mão da própria personalidade (que seria a da isenção e de distância das partes), recepciona a personalidade do outro (que acusa, que engendra estratégias para atingir um objetivo final, que quer ver  condenado o sujeito do processo), na medida em que a nota de excepcionalidade revelada nos diálogos estabelece, só por si, um elo de confiança ilícita entre os artificies da tratativa obscura (faça isso, não deixe aquela colega fazer a audiência, arrole aquela testemunha, continue assim...), que parte da definição de um culpado (Lula) prévio, para a formação do processo que deveria anteceder o conceito de culpa.  

Não fosse assim, porque apagar as mensagens? Por que não entregar os telefones à perícia? Por que pedir e falar em sussurros, à sombra, como fazem as grandes quadrilhas criminosas?  Por que mentir no Senado da República? Por que tramar a condenação de Lula antes de ofertada a denúncia? Por que discutir a repercussão do power point?  

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Precisa do que, Rodrigo? Uma declaração por escrita pública que ateste o amor de um para o outro e a afinidade ideológica que impede o julgador de ver, no sujeito do processo, um cidadão que não está abaixo da lei?   

Que prosa é essa? Quem ou o que lhe sustenta? Rasgo tudo que li, então? Apago meu ideário dogmático e acendo uma vela fascista? Respeitosa venia, que safadeza intelectual é essa?   

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Deveras, há que se reestudar o homo sapiens para, quem sabe, em nossos ancestrais, encontrarmos respostas para a atual tendência de prática de condutas sociopáticas que negam vigência ao ideário humanístico, sacramentado no Iluminismo, abraçando em seu lugar uma tutela inescrupulosa e arrogante da miséria humana, em ordem a perfazer a advertência antiga de Carnelutti sobre a miséria do processo penal à serviço do pensamento único da cadela fascista.    

Vergonha, teu nome, hoje, no Brasil, é justiça seletiva, ditada por interesses políticos e corrobora muito com nossa fala posições como a do ex PGR que, sem a devida grandeza, sem qualquer prumo dogmático, diz que não vê suspeição na conduta do juiz que trama, com o acusador, o cadafalso do denunciado...  

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Aqui e encerrando; eu já sabia: O operário de pouca letra é gigantescamente maior do que os letrados que, à sorrelfa, lhe tramaram, pelo uso da toga elitista, o cadafalso.

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