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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Queima total: Temer vende Eletrobras fiado

A mesma coisa pode acontecer com a Petrobras, nos leilões do pré sal. Depois de renunciar ao direito de ter voz ativa nos leilões com percentual superior aos interessados externos no negócio, o governo ainda concedeu isenções trilionárias de imposto

A mesma coisa pode acontecer com a Petrobras, nos leilões do pré sal. Depois de renunciar ao direito de ter voz ativa nos leilões com percentual superior aos interessados externos no negócio, o governo ainda concedeu isenções trilionárias de imposto (Foto: César Fonseca)
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Toque de caixa

Pelo que é possível entender do comentário de Miriam Leitão, no Globo, nessa quinta feira, o governo está tão apressado em liquidar Eletrobras e Petrobras que aceita vendê-las/entregá-las fiado.

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O governo, diz ela, ” já admite que há risco de não receber os recursos da privatização da Eletrobras este ano, mas quer fechar o contrato de venda até julho”. Mesma jogada com a Petrobrás: ” tenta viabilizar o superleilão do pré-sal mesmo que não consiga chegar a um acordo sobre a compensação da cessão onerosa”.

Tudo será feito bem rápido, tipo lava jato: “até abril, serão privatizadas seis distribuidoras deficitárias(?); até maio, aprova-se Projeto de Lei da privatização da Eletrobras; e até julho, fecha-se acordo de venda. Ao mesmo tempo, negociará com a Petrobras sobre o excedente da cessão onerosa”.

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Diz Miriam, repetindo sua fonte informativa, que muitas complexidades serão enfrentadas para concluir negociações, de modo que a grana pode entrar depois, sem prejudicar o negócio.

Ou seja, o governo passa a mercadoria, para receber no dia de são nunca de tarde, como no ditado popular; nessa batida acelerada, a Eletrobras será(?) vendida por R$ 12 milhões, desde que não ocorra(pode ocorrer) reação política popular. Depois do grito da Tuiuti, no carnaval…

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A mesma coisa pode acontecer com a Petrobras, nos leilões do pré sal.  Depois de renunciar ao direito de ter voz ativa nos leilões com percentual superior aos interessados externos no negócio, a Petrobras, ou seja, o governo, ainda, concedeu isenções trilhonárias de imposto, para os alienígenas operarem negócio cujo investimento já está realizado, pronto para ter retorno imediato.

Já as empresas nacionais que antes eram aquinhoadas pela política nacionalista capaz de garantir-lhes encomendas para fornecimento de toda cadeia produtiva petrolífera em território nacional são jogadas às feras.

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Desmonte geral

O desemprego, no setor, é recorde e os prejuízos se acumulam; foram estimuladas para servirem à estatal, que, mediante orientação antinacionalista, adquire, agora, as encomendas no exterior; clara forma de exportar riquezas e empregos, enquanto, aqui, dentro, acumulam-se passivos internos e externos; afinal, para se habilitarem como fornecedoras da estatal petroleira, os empresários nacionais se endividaram em dólar, para equipar seus negócios.

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Miriam, também, fala da necessidade de apressar as privatizações das hidrelétricas, ligadas à Eletrobras, visto que acumulam dívidas.

Certíssimo, cara Miriam, estão, sim, endividadas, mas, por acaso não seriam tais dívidas passíveis de serem renegociadas com pactuação dos novos juros, os mais baixos da história, como vangloria o governo?

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Não haveria, desse modo, oxigenação dos negócios em geral na economia, a exemplo do que fizeram governos dos países capitalistas desenvolvidos, depois do crash de 2008, quando, com novas expansões monetárias, os juros foram a zero ou negativo, derrubando dívidas públicas(governo) e privadas(empresas e consumidores), para reanimar a economia?

A relativa recuperação econômica global(agora, ameaçada, de novo) não teria sido fruto dessa estratégia adotada pelas autoridades monetárias, nos Estados Unidos, Europa, Japão, China, Rússia, Índia etc, ao contrário do que aconteceu por aqui, com o BC, na mão do Itaú, praticando agiotagem desbragada contra o povo?

No Brasil, com apoio amplo do golpismo midiático, os gênios neoliberais congelaram, por vinte anos, gastos sociais que são renda disponível para consumo, produção, distribuição, circulação e arrecadação – o circuíto capitalista clássico – e descongelaram renda para desidratar o capitalismo tupiniquim, privilegiando liquidação de juros e amortizações, sem compensações aos setores produtivos, em nome de ajuste fiscal.

Recessão = déficit

Resultado: aumentam, evidentemente, as dívidas já elevadas das empresas estatais e, ao mesmo tempo, o deficit fiscal, porque, claro, déficit só se combate com gastos produtivos que giram as forças produtivas, evidenciando o que já é por demais conhecido em todo o mundo, ou seja, que cada R$ 1 que o tesouro joga na circulação, arrecada-se, no mínimo, R$ 1,5.

O retorno, em forma de multiplicador, produz arrecadação, sem a qual não se realizam os investimentos, nem desperta-se, no empresário, seu espírito animal investidor; é por isso que o sistema capitalista internacional está de novo em relativo equilíbrio, depois do crash de 2008.

Com congelamento neoliberal – jabuticaba tupiniquim -, paraíso dos especuladores, as dívidas só aumentam no embalo de juros sobre juros, na prática criminosa do anatocismo inconstitucional, real causa do déficit público.

Simplesmente, a recessão, nesse contexto de endividamento impulsionado por agiotem, só produz deficit, que, na ausência de crescimento econômico sustentável, precisa ser coberto vendendo patrimônio na bacia das almas e, agora, fiado.

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