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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Queiroz desmoraliza Bolsonaro e favorece Renan no Senado

O governo Bolsonaro pode ter pela frente um líder no Senado nordestino que se transformaria em carne de pescoço para ele. Favorece o senador Renan Calheiros(PMDB-AL), candidato do PMDB, ao Senado, o escândalo Queiróz, que atinge fortemente o senador Flávio Bolsonaro(PSL-RJ)

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Reação nordestina

O governo Bolsonaro pode ter pela frente um líder no Senado nordestino que se transformaria em carne de pescoço para ele.

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Favorece o senador Renan Calheiros(PMDB-AL), candidato do PMDB, ao Senado, o escândalo Queiróz, que atinge fortemente o senador Flávio Bolsonaro(PSL-RJ).

Patrão do seu ex-motorista, assessor dele no gabinete, quando deputado, na Assembleia carioca, o novo senador sofreu forte desgaste político, nessa quinta, ao não comparecer ao Ministério Público para dar explicações das maracutaias praticadas por Queiróz.

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Até as crianças estão brincando nas quadras de Brasília, imitando a piada do Queiróz.

Estaria em formação no inconsciente popular a imagem da mentira transformada em agente político?

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A história super mal-contatada do Queiróz fere perigosamente reputação do governo Bolsonaro, do senador Bolsonaro e dos deputados Bolsonaro, no momento de disputa eleitoral interna no Congresso para indicar as lideranças do Legislativo na Era Bolsonariana.

Nesse rumoroso episódio, que fragiliza o filho senador do presidente da República, Renan avança em espaços que se ampliam com desprestígio antecipado do representante do PSL do Rio de janeiro; não convence ninguém a estória da carochinha do Queiróz, aumentando ceticismo e ironia popular.

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Renan, nesse contexto, pontua imagem de independência do legislativo e, especialmente, representa a força nordestina no parlamento, acossada pelas ameaças revanchistas bolsonaristas do rescaldo da derrota eleitoral para o PMDB e PT, fortes no Nordeste lulista.

Bolsonaro se irritou com ausência dos governadores do Nordeste na sua posse e disse que não era presidente dos nordestinos; declaração de guerra; sem alicerce no Planalto, a esperança nordestina se volta para o Congresso, onde desponta o nordestino Renan.

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Desastre ético e político

Sobretudo, na sucessão no Senado, fortalece Renan, apoiado pelos governadores do Nordeste, o desgaste político dos Bolsonaros; eles vão se transformando em reféns do Legislativo, por se desmoralizarem, precocemente, tornando-se exemplo ético a não ser seguido; o senador Bolsonaro está politicamente baleado antes de tomar posse.

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Os próprios militares, fortíssimos no governo Bolsonaro, não engoliram a estória do Queiróz; restam-lhes dizer que não se trata de assunto do governo; porém, não tem como descartar os efeitos politicamente negativos que atingem duramente a imagem do novo presidente.

O executivo, com o episódio Queiróz, perdeu força para Congresso, na largada; o assunto, nas redes sociais, alvo especial para a família Bolsonaro, bombou, negativamente.

Pegou mal, para os interesses do presidente, a desmoralização precoce da imagem do governo; inversão da estória de Dorian Gray: o personagem já nasceu horrível em vez de se tornar horripilante apenas no final da sua jornada humana, como concebido por Oscar Wilde.

Desmouralização

Fragilizou, ainda mais, a imagem do bolsonarismo o comportamento do vice-presidente, general Hamilton Mourão, cujo filho recebeu promoção de puro puxa-saquismo no Banco do Brasil por parte do novo presidente indicado por Paulo Guedes; Mourão junior bombou seu salário de R$ 12 mil para R$ 36 mil, mais mordomias, com promoção para diretoria.

Mourão produziu neologismo popular: mouralizou o país.

Cinismo político explícito: ao considerar legítima a ascensão funcional do filho, como se a influência do vice-presidente não existisse no poder bolsonariano, o vice tenta fazer o povo de trouxa.

Intensificou-se, ainda mais, o desastre ético no poder bolsonariano o vazamento de informações de negociações do ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni, em prestação de contas de gabinete parlamentar mediante notas fiscais em série extraídas por empresa particular de prestação de serviços, quando ele era deputado; já havia ocorrido o primeiro escorregão dele na admissão de ter agido ilegalmente na prática de caixa dois; mais essa… desastre.

Por fim, configurando governo de amigos, tem-se o comportamento passivo do ministro da justiça, o outrora temido juiz Sérgio Moro, que, até agora, deu às costas aos casos Queiróz, Onix e Mourão, como se não participasse do governo, justamente, para conduzir o novo poder na via da ética, da retidão e da transparência.

Por que Moro deixou de dizer a que veio até agora diante do escândalo Queiróz, do nepotismo de Mourão e das ilegalidades de Lorenzoni?

A ira popular já caiu em cima dele, em supermercado de Brasília, quando foi questionado sobre assunto.

Equilíbrio republicano

Esse emaranhado de fatos políticos desgastante do executivo favorece Renan, embora sobre ele pese acusações de corrupção etc; a desmouralização governamental torna ineficaz ataque moral ao senador alagoano.

Bolsonaro, portanto, pode colocar barbas de molho, no compasso do desgaste produzido pelo caso Queiróz: se Renan faturar, as reformas que Paulo Guedes quer passar com ampliação do poder do PSL no Congresso, podem ser barradas.

O super-poder bolsonariano no Executivo e no legislativo romperia equilíbrio clássico, check and balance do poder republicano burguês, dando lugar ao cesarismo político autoritário.

Com Legislativo capacho, dominado, na Câmara e no Senado pelo PSL bolsonarista, estaria criado o novo César da República Romana ditatorial.

As reformas passariam no berro de César dado no Planalto para abalar Congresso.

O escândalo Queiróz arrefece ímpeto bolsonarista cesarista rumo ao poder absoluto.

Essa circunstância política excepcional bombeia candidatura Renan.

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