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Breno Altman

Breno Altman é diretor do site Opera Mundi e da revista Samuel

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Quem se beneficia com a queda de Moro?

"Governo tende a ter maiores dificuldades para recompor seu jogo parlamentar e para lidar com desconfiança crescente do empresariado sobre a estabilidade de sua administração", escreve o jornalista Breno Altman

Sérgio Moro e Jair Bolsonaro (Foto: Anderson Riedel/PR | Marcos Corrêa/PR)
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Jair Bolsonaro provavelmente sofrerá perdas significativas. O núcleo duro de sua base social poderá entrar em parafuso, envolto em um carrossel de conflitos e divisões.

O governo tende a ter maiores dificuldades para recompor seu jogo parlamentar e para lidar com desconfiança crescente do empresariado sobre a estabilidade de sua administração.

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O ex-capitão não está morto, mas foi ferido. Ainda possui repertório para reagir e tentar reunificar suas tropas, além de contar com instrumentos de poder e o apoio do partido militar. Mas suas dificuldades serão crescentes, também estimuladas pela progressão do coronavírus e a crise econômico-social.

A saída do ex-juiz Sérgio Moro é um importante capítulo do deslocamento de camadas médias para a oposição. Esses setores, que constituíram a vanguarda mobilizada do golpe contra a presidente Dilma Rousseff em 2016, se associaram ao bolsonarismo em 2018. Agora se afastam, isolando a extrema direita.

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Esse deslocamento ajudou a abrir espaços para a reorganização da direita tradicional, que tinha sido esmagada nas eleições presidenciais. A demissão do ex-chefe da Lava Jato reforça esse movimento e poderá ter incidência até sobre os mais leais seguidores de Bolsonaro.

Embora possa ter alguma vantagem com o enfraquecimento relativo do governo federal, a esquerda será ainda mais pressionada para fora do palco principal da luta política, que as classes dominantes e seus operadores desejam ver ocupado pela polarização entre o bonapartismo bolsonarista e a restauração conservadora.

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Esse cenário será ainda mais perigoso se crescer a influência dos que defendem a aliança com os velhos partidos direitistas, em nome da questão democrática, aceitando a hipótese de servir como força auxiliar em um bloco contra o presidente, no qual teria lugar até o carrasco de Lula e figura central do lava-jatismo.

Diante da recuperação do conservadorismo tradicional, torna-se ainda mais premente que o campo popular demarque sua identidade e seu projeto para o país, difundindo um programa de emergência e reconstrução nacional, separando a oposição de esquerda da oposição de direita, mesmo que haja algumas batalhas travadas em comum.

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Mais que nunca, torna-se imprescindível a defesa da consigna "Fora Bolsonaro", com a antecipação das eleições presidenciais e a anulação das fraudes judiciais contra o ex-presidente Lula, como único caminho democrático para uma alternativa de governo que rompa com o neoliberalismo e a hegemonia do capital financeiro.

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