CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Sérgio Fontenele avatar

Sérgio Fontenele

Sérgio Fontenele é jornalista e comentarista político

74 artigos

blog

Quem têm o juízo se a decisão será política?

A dúvida em questão é se a unanimidade ou maioria das Forças Armadas o suportariam, com o apoio das milícias, digitais ou policiais militares, em direção, primeiro, a uma guerra civil, com o assassinato de cidadãos civis contrários ao atual regime; segundo, intervenção militar, sob o pretexto de “manter a ordem”

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

O que sempre foi previsto começa a ganhar contornos mais nítidos. O presidente Jair Bolsonaro certamente não concluirá seu mandato. Acredita-se até que demorou tempo demais no cargo. Ainda antes de sua posse, se apostava que ele não conseguiria completar seu primeiro ano de mandato no Palácio do Planalto. Mas ele conseguiu, aos trancos e barrancos, porém, o advento da pandemia da Covid-19 contribuiu para expor o “rei” completamente nu, em sua insignificância, incompetência, ignorância ou má fé, fragilizando-o progressivamente.

Mesmo desde o desfecho das eleições de 2018, quando o então candidato presidencial Jair Bolsonaro fugiu de todos os debates com o seu adversário direto, o então candidato a presidente Fernando Haddad, do PT, Bolsonaro deixou claro o próprio despreparo, sob todos os aspectos, para exercer seu atual cargo. Agora, as evidências indicam que prepara um golpe articulado com o grupo de generais de pijama que o cercam, no Palácio do Planalto, as milícias infiltradas nas polícias militares estaduais e os grupos de extrema-direita que o apoiam.

A dúvida em questão é se a unanimidade ou maioria das Forças Armadas o suportariam, com o apoio das milícias, digitais ou policiais militares, em direção, primeiro, a uma guerra civil, com o assassinato de cidadãos civis contrários ao atual regime; segundo, intervenção militar, sob o pretexto de “manter a ordem”. É claro, tendo o presidente entronizado como ditador, com o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) fechados e presa boa parte de seus integrantes. O desfecho de tal cenário dependerá da resistência da sociedade.

Papel dos governadores

E os governadores – praticamente todos –, juntamente com os partidos democráticos e de oposição, possuem uma responsabilidade crucial para impedir a progressão dessa escalada autoritária e golpista, a começar, em cada unidade da Federação, das operações visando investigar e neutralizar as milícias nas polícias militares. Como já foi observado por juristas, analistas e jornalistas, como Reinaldo Azevedo, são urgentes essas operações de identificação, responsabilização e punição exemplares desses milicianos bolsonaristas, armados até os dentes.

Como também o tem, quanto à garantia da democracia, o Supremo e o Congresso, que, ao que tudo indica, estão reagindo e não se deixando levar por ameaças como a do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, ameaçando a Justiça com o argumento de que os milicos não cumprirão “ordens absurdas”. Em nota assinada conjuntamente com Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro emparedou o Judiciário ao frisar, oficialmente, que as Forças Armadas não aceitarão “julgamentos políticos”.

O general esqueceu de explicar quem vai arbitrar sobre o caráter supostamente “político” de julgamentos que eventualmente venham a contrariar os interesses escusos do bolsonarismo, no caso de o STF ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que julga as ações das fake news associadas a então campanha bolsonarista. Caso o TSE considere improcedentes as suspeitas de que fake teriam beneficiado Bolsonaro, em 2018, não terá sido uma decisão “política” no entendimento do Palácio do Planalto. E se considerar procedente? Será política?

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO