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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Rabino confirma conversões de Sobel, mas deixa caso em segredo

Rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, não responde, porém, porque não aceitou a conversão de um judeu que necessitava ingressar numa faculdade israelense, alegando “sigilo institucional

Rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, não responde, porém, porque não aceitou a conversão de um judeu que necessitava ingressar numa faculdade israelense, alegando “sigilo institucional (Foto: Alex Solnik)

O brasileiro David Tennenbaum, filho de um amigo meu, prestes a ingressar numa faculdade israelense precisava de um atestado de que era judeu para obter visto permanente em Israel e assim facilitar sua vida.

Recorreu ao rabino Michel Schlesinger, sucessor de Henry Sobel no comando religioso da Congregação Israelita Paulista, entidade que tanto ele quanto seu pai frequentaram desde sempre e da qual um dos fundadores é seu avô.  

O rabino, no entanto, atestou apenas que ele era “filho de pai judeu”, excluindo sua mãe, que não nasceu judia, converteu-se ao judaísmo sob as bênçãos do rabino Sobel.

O fato provocou indignação não só na família Tennenbaum, mas em toda a comunidade judaica de São Paulo.

Será que o gesto indicaria que todas as conversões realizadas por Sobel seriam nulas?

Em carta a este blog, recebida hoje, o rabino Michel esclarece que não se trata disso: “É importante esclarecer que a CIP reconhece a validade de todas as conversões realizadas, no passado, por rabinos da instituição. As pessoas que passaram por estes processos, bem como os descendentes nascidos depois de concluído o procedimento são judeus para a CIP e para todas as demais instituições internacionais da mesma linha religiosa”.

Ele não responde, porém, porque não aceitou a conversão do amigo do meu filho, alegando “sigilo institucional”.

Outro fato que chama atenção em sua carta é a ausência de qualquer citação a Henry Sobel, cujo papel na história do Brasil é reconhecido por judeus e não judeus.

 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.