Ranking dos governos (FHC até Lula 2023-2025) para a classe trabalhadora
Comparativo mostra que governos do PT ampliaram conquistas sociais, enquanto Temer e Bolsonaro aprofundaram retrocessos
As eleições de 2026 são o centro de todas as estratégias e decisões no universo político brasileiro. Dois pontos parecem os mais cruciais: quem será o candidato de Bolsonaro e a disputa pelo Senado.
Quanto ao candidato ungido, há controvérsias se Jair Bolsonaro escolherá alguém fora do clã. Tarcísio de Freitas seria o candidato natural por governar o maior estado da União, mas não tem estofo para garantir uma candidatura à Presidência sem o espólio do ex-presidente.
Outros candidatos se apresentam, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado; e o do Paraná, Ratinho Júnior. Ao que parece, todos esses ainda estão na vitrine esperando a unção de Bolsonaro.
Outra candidatura, essa mais distante, é a do deputado Eduardo Bolsonaro, atualmente vivendo e conspirando contra o país nos EUA. Eduardo, na sua insanidade, tem pretensão de se candidatar, mas vai ter que tentar superar as barreiras da Justiça.
Na disputa para o Senado, a extrema direita deposita esperanças de uma maioria para iniciar os processos de impeachment no Supremo Tribunal Federal, a começar pelo ministro Alexandre de Moraes.
Na ponta de todas as pesquisas, Luiz Inácio tem pela frente o desafio da reeleição e a garantia de que o Brasil não passará por um novo retrocesso. Para tanto, tem atuado vibrantemente no exercício de seu cargo para que a população receba e reconheça as ações de seu governo.
Seria bom que dois ou três fossem candidatos para pulverizar a direita e garantir melhor desempenho de Lula.
Para relembrar os eleitores, abaixo segue uma pesquisa do ranking dos governos de FHC a Lula, no que diz respeito a: renda, emprego, inclusão social e desigualdade.
- Lula (2003-2010, PT): O mais benéfico, com aumento real do salário mínimo de 65% (R$ 200 a R$ 510), criação de 15 milhões de empregos formais, expansão do Bolsa Família (12,8 milhões de famílias), Minha Casa, Minha Vida (2 milhões de moradias), FIES, Prouni e Luz para Todos. Redução da desigualdade (¹Gini de 0,58 para 0,52) e crescimento econômico (média de 4% ao ano).
- Dilma (2011-2016, PT): Segundo lugar, com aumento real do salário mínimo de 25% (R$ 510 a R$ 880), 5 milhões de empregos formais até 2014 e expansão de programas como Bolsa Família (14 milhões de famílias), Minha Casa, Minha Vida (2,6 milhões de moradias) e Pronatec (8 milhões capacitados). A crise de 2015-2016 (desemprego a 11,5%, inflação de 10,7%) reduziu os ganhos, mas o período inicial foi forte.
- Lula (2023-2025, PT, até setembro de 2025): Terceiro lugar, com aumento real do salário mínimo de 6% (R$ 1.212 a R$ 1.510), isenção de IR até R$ 5 mil (20 milhões beneficiados), Bolsa Família (21 milhões de famílias), retomada do Minha Casa, Minha Vida (500 mil moradias) e criação de 2,5 milhões de empregos formais. A desigualdade caiu (Gini de 0,54 para 0,50), mas o curto período e os desafios globais limitam o impacto.
- FHC (1995-2002, PSDB): Quarto lugar, com aumento real modesto do salário mínimo (10%, de R$ 112 a R$ 200) e criação de 700 mil empregos formais. O Plano Real estabilizou a economia, mas programas sociais eram limitados (ex.: Bolsa Escola), e a desigualdade permaneceu alta (Gini ~0,59). Benefícios foram indiretos, via controle da inflação.
- Temer (2016-2018, MDB): Quinto lugar, com aumento real do salário mínimo quase nulo (1-2%, de R$ 880 a R$ 954), desemprego elevado (13% em 2017) e Reforma Trabalhista, que precarizou direitos (ex.: contratos intermitentes). Cortes em programas sociais (MCMV, FIES, SUS) e aumento da desigualdade (Gini de 0,51 para 0,53) tornaram o período prejudicial.
- Bolsonaro (2019-2022, PL): Último lugar, com salário mínimo sem aumento real (~0%, de R$ 954 a R$ 1.212), empregos precários (informalidade em 40%) e redução de programas sociais (MCMV e FIES quase paralisados). O Auxílio Brasil foi temporário e eleitoreiro. A desigualdade cresceu (Gini de 0,53 para 0,54), e a má gestão da pandemia (700 mil mortes) agravou a situação.
¹ Medida estatística usada para avaliar a desigualdade de renda ou riqueza
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

