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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Reagir para não se submeter

A pretexto de cobrir um suposto deficit previdenciário, de R$ 159 bilhões, Jair Bolsonaro pretende tirar R$ 600 de um salário mínimo pago a pessoas em estado de miserabilidade. Por outro lado, ele dispensa mais de R$ 50 bilhões em transações comerciais, justamente por viés ideológico, uma expressão muito em voga no seu governo

Reagir para não se submeter (Foto: Adriano Machado - Reuters)
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Os governos de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Rousseff, enfim, do Partido dos Trabalhadores (PT) demonstraram que a inclusão do pobre na roda da economia, com um poder aquisitivo mínimo, fez o País sair da 16ª para a 6ª economia mundial. Porém, desde 2016, mais de dois milhões de brasileiros voltaram à miséria. Seres humanos sem condições de suprir uma quantidade mínima de caloria diária, com a qual possa desenvolver algum trabalho organizado e periódico, que lhe garanta subsistência digna. Esse contingente será aumentado, em ordem geométrica, caso se aprove a reforma da Previdência. Há mais de 60 dias de governo, já está claro para os 57 milhões de brasileiros que votaram em Bolsonaro, que esse governo nada mais é que a continuidade extremada do governo Temer, com poderia ser o Aécio no lugar do FHC. A direita comunga da mesma ideologia da extrema-direita, representada pelo atual governo.

O período da história brasileira no qual os excluídos tiveram mais acesso aos espaços de decisão política foi nos governos do PT, principalmente pela atuação de Lula. Ele pegou um país com um PIB de R$ 1,48 trilhão, em 2003, e entregou com um de R$ 3,68 trilhões, em 2010. Confiante na capacidade criativa dos brasileiros e no fortalecimento industrial como via indutora de desenvolvimento de tecnologia, ele deixou encomendadas à indústria naval cerca de 40 embarcações petroleiras. Não é preciso ser de esquerda, de direita, de centro, para reconhecer que os governos do PT foram os que mais impulsionaram não apenas o crescimento do País, como também, os mais significativos esforços de democrática distribuição de riqueza. Haja vista a contribuição do salário mínimo para a redução das desigualdades, cuja participação foi de 40%, segundo dado de um estudo do Instituto de Economia da UFRJ. Foram governos que apostaram na capacidade deste País e ampliaram a proteção social do país mundialmente famoso por suas riquezas, mas, principalmente pela sua desigualdade.

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Está mais que explícito que o governo Bolsonaro é destinado a uma plutocracia internacional. Antes mesmo de se eleger, Bolsonaro já se pronunciava de forma polêmica acerca das relações diplomáticas e comerciais que o Brasil estabelecia com vários países, entres eles, a China. Desde que tomou, Bolsonaro assumiu um alinhamento cego e submisso ao eixo EUA/Israel. O resultado foi que a China, o nosso maior comprador, está travando acordos comerciais e comprando dos EUA o que compraria do Brasil. Já decisão, mesmo antes de ser confirmada, de transferir a embaixada do Brasil, de Tel-Aviv para Israel, provocou uma hecatombe para um país com dezenas de milhões de lares sob os flagelos do desemprego e da fome. Definitivamente, o governo não revela inteligência estratégica de desenvolvimento para o País. A pretexto de cobrir um suposto deficit previdenciário, de R$ 159 bilhões, ele pretende tirar R$ 600 de um salário mínimo pago a pessoas em estado de miserabilidade. Por outro lado, Bolsonaro dispensa mais de R$ 50 bilhões em transações comerciais, justamente por viés ideológico, uma expressão muito em voga no seu governo.

A proposta da reforma da Previdência é o caminho para o empobrecimento geral do País. A tradicional desigualdade social brasileira ficará ainda mais evidente. Os muitos ricos ficarão ainda mais ricos e os pobres mais pobres. E a elástica classe média empobrecerá. A economia estagnará mas os custos sociais não cessarão de crescer. O Brasil está a caminho de volta ao permanente estado de recessão. Um governo que permite que a força de trabalho de uma mulher, principalmente as que desenvolvem trabalho braçal, possa ser explorada até os 62 anos, para que ela tenha diteiro a um salário mínimo, não acredita no potencial criativo do povo do seu país. O PT ampliou o acesso da classe trabalhadora com os mesmos direitos trabalhistas e com as ferramentas nacionais que o governo pretende privatizar, como a Caixa Econômica Federal, que financiou o Minha Casa Minha Vida e o Banco do Brasil, o maior indutor do desenvolvimento da agricultura familiar. A que produziu, em 2018, 27 mil toneladas de arroz sem agrotóxico.

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A proposta com um todo é uma crueldade com a parte pobre da classe trabalhadora. Porém, a classe média será, também, profundamente ferida pelo artigo 201-A. Definitivamente, é o mais cruel e, do ponto de vista da lesividade, é um crime. Trata-se da capitalização previdenciária, um sistema instalado no Chile, onde idosos se suicidam por não conseguirem se alimentar e se medicar com dignidade. O governo pretende que os trabalhadores paguem o R$ 1 trilhão que ele ele pretende dar aos banqueiros para que estes vendam títulos de seguridade privada. Não se conhece país que tenha se desenvolvido aplicando políticas miserabilizantes. Porém, a população brasileira segue silente diante a barbárie que se apresenta. Sem reação à altura, a concentração da renda dos que tem vai aumentar, assim como, também, a pobreza e a miséria.

Todos os brasileiros que construíram um avançado acelerador de partículas; que receberam o prêmio por desenvolvimento de tecnologia pela Petrobras, em 2015; que levaram água perene ao semiárido, para 12 milhões de pessoas; que deram o pontapé inicial, na copa de 2014, por meio de pernas robóticas, entre tantas outras criações e habilidades, devem se unir para impedir que o Brasil seja reconduzido a tempos quando se morria 300 pessoas de fome, por dia, e o nome da Petrobras foi mudado para Petrobrax. Independentemente de em quem se votou, o que está acontecendo diz respeito a todos os brasileiros. Diferenças ideológicas existem e não nos resta outra saída senão tratá-las no campo da política. Sem a união, organização e mobilização de todos os segmentos profissionais, o mercado financeiro cumprirá sua agenda açambarcadora. Às ruas.

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