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Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos Norte, Nordeste e Centro-Oeste do grupo.

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Reajustar mínimo pela inflação mostra a tchutchucagem de Guedes com a plutocracia

"Durante os governos Lula e Dilma, o trabalhador que ganhava um salário mínimo testemunhou no bolso um aumento 340%. Descontada a inflação, o ganho real foi de 77%. Por que o País não tributa os dividendos, por que não aumenta a tributação sobre a renda ao invés de retirar o poder de consumo da maioria da população? ", diz o jornalista Aquiles Lins, editor do 247 e do Jornalistas pela Democracia, sobre a proposta do governo que retira o aumento do PIB do cálculo para reajustar o salário mínimo

Reajustar mínimo pela inflação mostra a tchutchucagem de Guedes com a plutocracia (Foto: ABr | Reuters)
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Por Aquiles Lins, para o Jornalistas pela Democracia - Governo decide reajustar o salário mínimo só pela inflação, diz a manchete do jornal O Globo nesta sexta-feira, 5, não sem um certo ar de satisfação. A reportagem diz que o "impacto positivo" pode chegar a R$ 7,6 bilhões. É mais um ataque virulento aos trabalhadores. A valorização do salário mínimo foi uma das maiores ações dos governos Lula e Dilma para a massa de trabalhadores brasileira.

Como mostra estudo do Dieese e Contag, o salário mínimo deixado por FHC no fim de 2002 era de R$ 200. Nos dois governos Lula, o salário mínimo passou para R$ 510, o que representou um ganhou real de 53,69%, já descontada a inflação do período. Em 2008, Lula implantou uma mudança significativa para os trabalhadores: o salário mínimo deveria ser reajustado pela inflação, mais a variação do PIB de dois anos anteriores. Isso garantia um aumento real no salário dos trabalhadores, e também dos aposentados.

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Em janeiro de 2016, antes de ser retirada do poder por uma quadrilha de ladrões, Dilma Rousseff fixou o SM em R$ 880. Entre 2011 e 2016, houve aumento real de 15,28%. Com isso, durante os governos Lula e Dilma (entre 2003 e 2016), o trabalhador que ganhava um salário mínimo testemunhou no bolso um aumento 340%. Descontada a inflação do período, o ganho real foi de 77,18%. Foi uma época de ouro para o Brasil, que permitiu aos brasileiros sonhar, viajar, comprar, realizar sonhos enfim, ter o mínimo de dignidade, embora ainda estivesse longe de uma realidade como a de países desenvolvidos. É disso também que a elite tem ódio do ex-presidente Lula. Implicitamente é também por isso que Lula está preso. Porque deu poder econômico aos trabalhadores mais pobres.

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A lei que indexa o reajuste do Salário Mínimo à inflação mais o PIB de dois anos previa este modelo até 2019. É aí onde entra o governo Jair Bolsonaro / Paulo Guedes. Hoje, o salário mínimo é de R$ 998. O grande argumento do governo para retirar esta conquista do trabalhador é que reajustar o SM apenas pela inflação (que no ano passado foi de apenas 3,75%) reduz o impacto na Previdência. Hoje, como mostra o Globo, mais de 65% das aposentadorias pagas pelo INSS são de um salário mínimo, o que representa 22,9 milhões de pessoas.

É mais uma solução que penaliza o lado mais fraco da relação entre trabalho e capital, mais uma atitude "tigrão" de Paulo Guedes com os menos favorecidos. Por que apenas os trabalhadores têm que pagar esta conta da Previdência, se é que ela existe? Justo os trabalhadores, que já não têm mais direitos trabalhistas, que veem 13 milhões de colegas no desemprego, 4,9 milhões deles no desalento. Por que o governo não é tigrão com os rentistas, com os plutocratas, com o 1% que tem renda 36 vezes maior do que a metade dos trabalhadores brasileiros?

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Por que o País não tributa os dividendos, por que não aumenta a tributação sobre a renda ao invés de retirar o poder de consumo da maioria da população? Esses R$ 998 mensais vão inteirinhos para a economia do País, vão para o consumo, vão para o supermercado em comida, para a farmácia, circulam nas feiras, nas pequenas vendas do interior, alimentam as cadeias da economia. Esse dinheiro não fica parado em banco, especulando, gerando juros. É isso o que não quer Paulo Guedes.

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Vamos lembrar que, mesmo com as regras atuais, o poder de compra do salário mínimo é pequeno. Segundo o Dieese, para manter todas as necessidades do trabalhador e de sua família, assegurados pela Constituição, como moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e Previdência Social, o salário mínimo deveria ser de R$ 4.227,04.

A tchutchucagem de Paulo Guedes com o sistema financeiro é nada menos do que um roubo. O governo Bolsonaro atua como um Hobin Hood às avessas, que tira daquele que não tem quase nada para dar àqueles que já tem praticamente tudo. Vamos caminhando para nos tornar cada vez mais uma colônia de escravos.

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