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Francisco Calmon

Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES

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Rede de comunicação e mobilização para combater os três M

"A Rede da Democracia é tarefa de todos os combatentes ao terrorismo bolsonarista e ao golpismo militar"

Cercado por uma multidão, Lula deixou a prisão em 8 de novembro de 2019 (Foto: Francisco Proner Ramos/Farpa Coletivo)
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"Gostei do Haddad dar uma declaração de que nós vamos fazer a reforma tributária no primeiro semestre. Para isso é preciso muita discussão e é preciso que vocês aprendam a fazer muita pressão, se não a gente não ganha isso. É exatamente porque o Lula é presidente que vocês têm que fazer pressão. Com outro presidente vocês não conseguem fazer pressão porque a borracha bate muito forte". (Declaração do Lula, negrito meu)

Não é a primeira vez, no seu governo anterior já dissera o mesmo, que Lula incentiva a pressão a favor de pautas aderentes ao povo; a dialética dos contrários se faz permanentemente, e se a esquerda ficar à espera passiva do governo tomar as decisões, estará agindo erradamente, fora do eixo da luta de classes, no qual é necessário iniciativa, apoio vigoroso aos acertos e empoderamento.

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Um governo democrático atua conforme a correlação de forças das demandas. Este é um governo pendular e sensível às pressões. Notadamente por ser um governo de ampla frente política, de concepções diferentes e até antagônicas, a contradição estrutural do capital versus trabalho está presente no seio do governo e refletirá a cada idas e vindas.

O enfretamento à tutela dos militares e do mercado é uma refrega difícil, com avanços e recuos; a luta contra o nazifascismo bolsonarista será muito tenaz; enfrentar as duas requer uma rede de comunicação e mobilização bem estruturada, tanto do governo como dos partidos e movimentos sociais. 

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Após entrevista brilhante do Lula na Globonews, a empresa, através de seus colunistas, já reagiu. A Globo dar pitaco na economia é tão previsível quanto risível, por que não reúne condições morais e técnicas para isso. 

Morais, porque não é imparcial, é ideologicamente comprometida com o grande capital e com o autoritarismo; técnicas, porque é uma empresa que vira e mexe está no vermelho contábil e apoiou os planos de Paulo Guedes que gerou a herança perversa deixada pelo governo bolsonarista, portanto, não consegue administrar bem a sua própria empresa, deu sustentação à lava jato, percussora do caos econômico, social e político do Brasil, e quer ensinar o presidente Lula, em seu terceiro mandato, a gerir um país.    

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Mercado, militares e mídia golpista, são os três êmes inimigos da democracia do bem-estar social.

Se o governo não contar com a mobilização permanente da sociedade civil organizada, novas tentativas de golpes e contínua campanha de desestabilização ocorrerão.

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À medida que o governo avançar na pauta da distribuição de renda, dos investimentos na educação, saúde e assistência social, os inimigos ideológicos irão engrossar na desestabilização política do mesmo. 

Como enfrentar os MMM?

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A resposta está no título do artigo: criando uma rede de comunicação e mobilização, permanente e contínua, tanto institucional (mídia pública) como social (movimentos, comunidades, entidades, partidos), para dar sustentação às medidas do presidente. 

Lula tem agido com a prudência necessária e com a determinação de um estadista.  É merecedor de aplausos e engajamento maior da esquerda, que, por seu turno, deve evitar a fragmentação de bandeiras, e aplicar o velho método de agitprop por demandas unificadas. 

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O dia da desonra, 8 de janeiro, por tudo que ocorreu e ainda em investigação, forneceu as condições objetivas e subjetivas para enfrentar a tutela militar, e o presidente Lula mostrou que é o mandatário maior da nação, e tomou as decisões certas no tempo e no espaço. 

Contudo, o covil golpista nas FFAA, não deixou de existir. Não basta a troca de comandos, faz-se mister que seja travada a luta ideológica, de valores e concepções de mundo e de sociedade, por meio de canais culturais, e, sobretudo, conhecer e rezar pelos princípios e regras da Constituição Federal. 

Antes do golpe de 64 havia nas Forças Armadas, nos bombeiros e nas policiais militares, nacionalistas, legalistas e também os que simpatizavam com os propósitos da esquerda. Durante a ditadura foram perseguidos, alguns torturados, e, segundo a CNV, 6591, de praças a generais, foram expurgados das suas fileiras; posteriormente, outras pesquisas subiram esse número para 7500.      

Após o golpe de 64 e ainda antes da censura total, teatro, música, cinema e jornais alternativos, foram uma trincheira de combate ao golpe e ao que estava por vir, a ditadura de 21 anos. 

Peças como Liberdade, Liberdade, Pequenos burgueses, Arena conta Zumbi, Opinião; filmes como o Dragão da maldade, Cabra marcado para morrer, Pra frente Brasil; músicas como “Pra não dizer que não falei das Flores”, “Carcará”, “Apesar de você”, “O bêbado e o equilibrista”, “Que as crianças cantem livres”, “Cálice”, “Eu quero é botar o meu bloco na rua”, “Mosca na sopa”; jornais alternativos como o Pasquim, Opinião, Movimento, O São Paulo, O Brasil Mulher, jornais estudantis e sindicais e a imprensa clandestina, contribuíram para uma efervescência cultural e política da mais alta importância no período. 

O carnaval foi outro meio, através de enredos, sambas, marchinhas, também de denúncia, resistência e divulgação de valores. 

Composta antes de 1964, a “Marcha da quarta-feira de cinzas” foi um protesto antecipado contra a realidade que viria a ser produzida pela ditadura militar.  

Enredos como: “A Revolta da Chibata”; “Heróis da Independência”; “E por falar em saudade”; “Heróis da Liberdade”; “Traços e troças”; “História da liberdade no Brasil”, foram alguns nessa linha.

A retomada do carnaval de rua e a reconstrução da democracia ocorrem simultaneamente como um signo deste ano de 2023. 

A Rede da Democracia é tarefa de todos os combatentes ao terrorismo bolsonarista e ao golpismo militar.

Não são tempos de calmaria, são tempos de travessias tormentosas; quem cochilar, perde a locomotiva da história, redentora da democracia.

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