CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
César Fonseca avatar

César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

619 artigos

blog

Reeleição de Bolsonaro leva tiro com alta de juro nos EUA

'A Petrobrás caiu na armadilha da política de preços dolarizados, que, com a puxada de juro pelo FED, tende a subir a inflação', diz o colunista César Fonseca

Federal Reserve, o Fed, Banco Central dos Estados Unidos (à dir., embaixo) (Foto: Oliven Rai/Mídia Ninja | ABr | Reuters)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Puxada no juro americano para a casa dos 7,5%, para combater inflação que chegou aos 8,5% em 12 meses, bombeia dólar para os Estados Unidos, desvaloriza o real  e joga, consequentemente, preço dos combustíveis dolarizados na lua; adeus armação bolsonarista eleitoreira de reduzir a cotação dos derivados na bomba, congelando a alíquota de ICMS em 17%, para diminuir prejuízo no bolso do consumidor que ganha em real desvalorizado para gastar em dólar sobrevalorizado; reeleição de Bolsonaro em perigo com debacle do consumo que, naturalmente, favorece Lula na corrida eleitoral; essa manobra do Banco Central americano é uma bomba nas finanças públicas brasileiras em nome do combate à inflação nos Estados Unidos; extração forçada de renda da periferia capitalista brasileira – e latinoamericana – para o império; sobretudo, o juro alto, puxado por Tio Sam, enxuga o mercado mundial encharcado de moeda americana potencialmente hiperinflacionária; agora, a tarefa do tesouro americano, para evitar hiperinflação, será enxugar essa montanha de dinheiro trocando-o por dívida pública, cuja missão, no capitalismo de guerra americano, é crescer no lugar da inflação.

BC CORRE ATRÁS DO FED

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Para evitar vazamento incontrolável de dólar para o bolso de Tio Sam, que com juro alto, enxuga excesso de liquidez mundial, bombeador de inflação global, o governo inflacionista bolsonarista é obrigado a, também, puxar a taxa de juro; na base do desespero, o BC Independente brasileiro subiu a taxa de juros para 13,25%; tentará, assim, evitar desvalorização acelerada da moeda nacional; a decisão do BC, dessa forma, mostra que o adjetivo independente que o acompanha é mero jogo de palavras, porque a verdade é clara; está prisioneiro do mercado financeiro especulativo; a puxada de juro Selic para quase 14% é tiro no coração da dívida pública, bombeando a financeirização econômica tupiniquim em escala bem mais acelerada, enquanto esvazia a capacidade de reação dos agentes econômicos de puxar a demanda, apenas, pela força, cada vez mais débil, do setor privado; como o setor público, pressionado pela banca, é obrigado a satisfazer não a demanda privada por produção, consumo, renda, arrecadação e investimentos, mas os interesses dos detentores de títulos da dívida pública, mais e mais o mercado reagirá contra a propensão de Lula, se eleito, de remover teto de gastos sociais, como impôs o golpe neoliberal que derrubou Dilma Rousseff do poder em 2016, para dar lugar ao programa do golpista Michel Temer.

O programa de Temer, intitulado Ponte para o Futuro, que se revelou, na prática, ponte para o abismo, objetivou, fundamentalmente, priorizar gastos financeiros, para pagar juros e amortizações da dívida, deixando de lado os gastos sociais, renda disponível para consumo e desenvolvimento sustentável; ao mesmo tempo, acelerou, com Congresso dominado por base neoliberal, privatização dos principais agentes econômicos desenvolvimentistas, como Eletrobrás e Petrobrás; a Petrobrás caiu na armadilha da política de preços dolarizados, que, com a puxada de juro pelo FED, tende a aumentar, ainda mais, a inflação, embora se tente reduzi-la com congelamento dos tributos estaduais incidentes sobre combustíveis; o fato é que a política monetária americana jogou areia na estratégia eleitoreira bolsonarista; reeleição fica mais longe.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247,apoie por Pix,inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO