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Aquiles Lins

Aquiles Lins é colunista do Brasil 247, comentarista da TV 247 e diretor de projetos Norte, Nordeste e Centro-Oeste do grupo.

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Revogação do Novo Ensino Médio: as ruas falaram. O governo ouviu?

O presidente que mais criou universidades no País não pode ser condescendente com um ensino médio que dificulte as chances de chegar ao ensino superior

Estudantes protestam pela revogação do novo Ensino Médio (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
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Estudantes, professores e demais profissionais da Educação saíram às ruas de várias cidades do Brasil nessa terça-feira (15) e mandaram um recado claro ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: defendem a revogação do chamado Novo Ensino Médio.

O novo currículo foi aprovado pelo Congresso em 2017, durante o governo de Michel Temer, e está sendo implantado desde 2022. Das 13 disciplinas do currículo anterior, apenas Matemática e Língua Portuguesa passaram a ser obrigatórias. A nova regra cria itinerários, que permitem que os alunos se aprofundem nos temas de interesse, como linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou no ensino técnico. Entretanto, esta modalidade depende da capacidade da oferta das redes de ensino e das escolas, que em sua maioria não têm infraestrutura e capacitação técnica para entregar o que o que diz a lei. 

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Para os estudantes, este modelo promove o esvaziamento do ensino e os deixa menos preparados para ingressar nas universidades públicas. Em São Paulo, eles se reuniram na Avenida Paulista e saíram em passeata em direção à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.No Rio de Janeiro, o ato ocorreu na região central da cidade. Enquanto em Brasília, os estudantes marcharam pela Esplanada dos Ministérios. Todas as manifestações foram pacíficas. Muitos denunciaram que as disciplinas clássicas perderam prioridade na grade curricular e que em alguns casos, muitos ficaram com apenas duas aulas na semana de português e matemática.

O novo modelo do ensino médio reduz a capacidade crítica dos estudantes, o que só interessa ao modelo capitalista que trata seres humanos como mera força de trabalho braçal. O novo currículo é especialmente desestimulante para os estudantes mais pobres, que podem não seguir para o ensino superior. Isso porque a nova grade curricular dispõe de disciplinas optativas que são profissionalizantes e que facilitam a entrada precoce do jovem no mercado de trabalho. Em outras palavras: pouco ou nada de pensamento crítico, alguma formação técnica e está pronta mais uma força de trabalho a ser precarizada no Brasil.

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O governo Lula tem demonstrado relutância em revogar o novo ensino médio. Em resposta às manifestações, o ministro da Educação, Camilo Santana, prometeu abrir canais de diálogo com a sociedade para reavaliar a matéria e recompor o Fórum Nacional de Educação, com a participação de entidades e movimentos populares. 

Se mantiver este novo currículo do ensino médio, o governo Lula estará cometendo uma grande contradição. O presidente que mais criou universidades no País não pode ser condescendente com um ensino médio que dificulte as chances de se chegar ao ensino superior. A educação brasileira pode e deve ser mais do que formadora de mão de obra barata a ser explorada pelo capital.

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