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Luís Costa Pinto

Luis Costa Pinto, jornalista, editor especial do Brasil 247 e vice-presidente da ABMD, Associação Brasileira de Mídia Digital

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Ricardo Barros é cretino, amoral e sem caráter

Luis Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia, diz que o deputado do Centrão “deixou a direita perplexa e a esquerda indignada” ao propor um plebiscito nos moldes da histórica guinada chilena para decidir se o Brasil pode ou não enterrar a Constituição de 1988. “Que o tema proposto por ele morra como estultice proveniente de um idiota perigoso, arrogante, antissocial e condenado a ser prisioneiro de suas cretinices”, defende

Ricardo Barros em Brasília 27/03/2018 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Por Luis Costa Pinto, do Jornalistas pela Democracia-  A cretinice, ou cretinismo, pode ser uma doença. Ao cretino patológico falta capacidade para analisar a conjuntura em torno de si, ou para associar informações e a partir delas construir um contexto. Dotado de um ar meio parvo, imbecilizado, idiota mesmo, quem sofre de tal patologia é desprovido de inteligência e, muitas vezes, desenvolve comportamento inconveniente e antissocial. Em razão disso, diz-se que criaturas desprovidas de caráter, amorais, que são inconvenientes de berço e não possuem quaisquer dons para empatia social são “cretinos”. Mas esses são os cretinos bestiais, imbecis por convicção e por opção.

Todo bolsonarista é um cretino. Seja por patologia, seja por opção, só seres desprovidos de inteligência, de caráter, de moral; e inaptos para analisar a conjuntura e avaliar decentemente a realidade; podem apoiar o mais ruinoso e desumano personagem que sentou na cadeira da Presidência da República. Por aproximação de amoralidades, portanto, ser cretino é atributo fundamental para liderar o bando de Bolsonaro no Congresso, ao qual alguns chamam de “governo”. Mas, é claramente mais apropriado designar por tragédia o que ora ocorre em Brasília. Ser corrupto, ou pelo menos acusado de corrupção, é diferencial competitivo destinado a qualificar os líderes de Bolsonaro e do bolsonarismo para o posto.
Ricardo Barros, deputado federal pelo Paraná, um dos próceres do famigerado “Centrão”, ex-ministro da Saúde durante a cleptocracia liderada por Michel Temer depois da deposição de Dilma Roussef no golpe jurídico/parlamentar/classista de 2016, reúne todo o rol de desqualificações para liderar os bolsonaristas no Parlamento. Além do quê, é cúmplice do alagoano Arthur Lira que, até o ponto em que é possível medir e especular, será o próximo presidente da Câmara dos Deputados.

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Surfista de ocasionais ondas mal sãs, acusado de corrupção em diversas ações, casado com uma ex-vice-governadora do Paraná acusada de corrupção e pai de uma deputada estadual igualmente acusada de corrupção, Barros deixou a direita perplexa e a esquerda indignada: propôs um plebiscito nos moldes da histórica guinada chilena para decidir se o Brasil pode ou não enterrar a Constituição de 1988 e redigir nova Carta Magna sob o bafo sufocante e pestilento do ódio e das mentiras disseminadas por Bolsonaro, por seus filhos e por seus apoiadores e simpatizantes.

Ao contrário do ocorrido no Chile, a redemocratização brasileira passou pela Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88. Os chilenos herdaram um texto constitucional outorgado pelo ditador Augusto Pinochet, assassino sanguinário e ladrão, que junto com economistas forjados na Escola de Chicago destruíram a perspectiva de construção de um Estado mais justo no belo e rico país andino. Aqui, uma Nação diversa, plural, sonhadora e consequente reencontrou-se na Constituinte que enterrou a ditadura militar iniciada em 1964. Dentro do possível, Ulysses Guimarães, em maior e mais larga medida, mas também Mário Covas, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Florestan Fernandes, Nelson Jobim, Bernardo Cabral, Roberto Campos, José Genoíno, Delfim Netto, José Paulo Bisol, Paes de Andrade, Amaury Muller, Marco Maciel, José Serra, em meio a tantos e tantos outros, deram voz e vez ao multicolorido povo brasileiro. Com freios e contrapesos, com enormes defeitos e imensas virtudes, promulgou-se em 5 de outubro de 1988 a melhor, mais democrática e mais ágil Constituição do Brasil.

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Surfando na onda chilena, contudo sendo esperto ao esconder os objetivos diametralmente opostos àqueles das ruas de Santiago, de Antofagasta, de Valparaíso, Ricardo Barros tentou colocar no meio da Praça dos Três Poderes o bode malcheiroso da convocação de nova assembleia constituinte para o Brasil. Foi repudiado por integrantes do Supremo Tribunal Federal, por juristas que já passaram por tribunais superiores, por partidos políticos de esquerda e de centro-esquerda, pelo presidente da Câmara Rodrigo Maia, por líderes de oposição, por diversos analistas da mídia – mesmo por aqueles que endossaram o golpe e os movimentos golpistas que nos trouxeram a essa tragédia.

Oportunista, protagonista de um prontuário de acusações, dono de uma agenda pessoal e empresarial muito particular, Ricardo Barros é um cretino na acepção não-patológica da palavra. Além disso, é amoral e sem caráter. Que o tema proposto por ele morra como estultice proveniente de um idiota perigoso, arrogante, antissocial e condenado a ser prisioneiro de suas cretinices.

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