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Maria Luiza Franco Busse

Jornalista há 47 anos e Semiologa. Professora Universitária aposentada. Graduada em História, Mestre e Doutora em Semiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dissertação sobre texto jornalístico e tese sobre a China. Pós-doutora em Comunicação e Cultura, também pela UFRJ,com trabalho sobre comunicação e política na China

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Ridículo e irresponsável

A guerra tão sonhada por Washington, louco para chegar às vias de fato, vem se dando no campo do discurso replicado pelo jornalismo alinhado

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Maria Luiza Franco Busse

Já seria ridícula se não fosse irresponsável a cobertura que os telejornais da emissora Globo estão fazendo da crise fabricada pelo eixo Washington-Bruxelas para expandir e fixar as forças bélicas do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, nas fronteiras da Rússia. Num sábado de sol, em tempo de chuvas inclementes, assistir o telejornal seguinte às notícias do esporte foi o mesmo que cancelar o passeio na orla carioca e ficar de prontidão aguardando a invasão russa à vizinha Ucrânia. 

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No telão do estúdio a arte gráfica do mapa mostrava o posicionamento das tropas russas em torno da Ucrânia, fato, e o texto com que o apresentador narrava a movimentação indicava o início da ação a “qualquer momento”, fake. A inflexão e as expressões faciais, mostrando preocupação e reprovo ao imaginário iminente ataque russo, compunham a produção de sentido anti Russia, conforme a conhecida perspectiva editorial de aliado e integrante empresarial-jornalístico do consórcio EUA-Comissões do Parlamento Europeu-OTAN. 

Tudo isso seria apenas ridículo não fosse o tamanho da irresponsabilidade da informação mentirosa com o objetivo de capturar a opinião pública desinformada do real dos fatos concretos, desse modo fortalecendo a causa de destruição da Rússia soberana, há muito perseguida, e amplificando a ideia de que a Rússia é o agente provocador e será a única culpada em caso de conflito armado. 

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Ilusão achar que algum dia a prática jornalística foi imparcial e isenta de ideologia. O impresso industrial de tiragem massiva nasceu burguês com todos os diagramas e chamadas de interesse dessa classe. Mas, como em todas áreas, a democracia de hegemonia burguesa compreendeu que perdia pecúnia caso se fechasse em si mesma e alargou a edição para demandas que não as suas. Até a página 10, e numa sintaxe sempre a seu favor e com desqualificação dos outros. Assim fez-se a máxima: “não é a notícia que faz o jornal, é o jornal que faz a notícia”.

A guerra tão sonhada por Washington, louco para chegar às vias de fato, vem se dando no campo do discurso replicado pelo jornalismo alinhado, agora empenhado na conquista da chancela da opinião pública histérica porque contaminada pela narrativa da desinformação voltada para disseminar o sentimento de repulsa, medo e ódio à Rússia de Putin. Nada mais irresponsável. 

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