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Denise Assis

Jornalista e mestra em Comunicação pela UFJF. Trabalhou nos principais veículos, tais como: O Globo; Jornal do Brasil; Veja; Isto É e o Dia. Ex-assessora da presidência do BNDES, pesquisadora da Comissão Nacional da Verdade e CEV-Rio, autora de "Propaganda e cinema a serviço do golpe - 1962/1964" , "Imaculada" e "Claudio Guerra: Matar e Queimar".

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Rita nos resgatou a adolescência ou, explicando Rita

"Essa era a sua política: fazer ao seu jeito, ser quem você quis e nos permitir, agora sim, adolescer. Obrigada, Rita Lee!", diz Denise Assis

Rita Lee anuncia despedida dos palcos (Foto: Divulgação)
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No nosso tempo... A frase remonta a duas coisas: estamos velhos e, no tempo em que éramos adolescentes....

Mas no tempo em que adolescemos (os maiores de 60), ainda não havia para nós Rita Lee, a tradução da jovialidade como veio a ser nos anos de 1980. A nossa Rita Lee era a noivinha hippie, inserida no conjunto “Os mutantes”, um bando entre louco e divertido, que frequentava os festivais da Record.

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Essa era a nossa praia, os nossos, a turma dos festivais. As nossas festas eram temáticas. A música tinha um quê de tristeza, protesto, indignação e os encontros acabavam não sendo apenas isto: festas. Eram momentos para chorar as mágoas, o arrocho salarial, as perdas, principalmente da liberdade. A nossa adolescência foi ao som de bandas marciais, brandir de pratos e o rufar do tarol.

A nossa jovialidade ficou espremida entre a bossa nova e as músicas de protesto. A nossa adolescência militou ou alienou. Era preto, ou branco. A favor, ou contra. Direita ou esquerda. E tinha os “nada”.

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Os anos de 1980 nos trouxeram a “Nova República”, que nasceu velha, sofrendo de diverticulite e outros “its”. O frescor veio com Rita Lee. Rita nos propiciou a verdadeira adolescência. Nos renovou, jogando a nossa geração – então na faixa dos 30 -, na pista novamente, mais tarde no Circo Voador, mas sempre ao som de suas composições. Adolescemos, enfim. Nós que éramos “ovelha negra”, pedimos desculpas ao “auê” e começamos a ter mania de você.

Nos lançamos na sua banheira de espuma, ousamos com “lança Perfume” e nos recriamos, jovens, enfim. Alegres de verdade, a bordo de canções menos comprometidas, mas que nos revelaram, finalmente, a liberdade. Essa era a sua política: fazer ao seu jeito, ser quem você quis e nos permitir, agora sim, adolescer. Obrigada, Rita Lee!

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