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Luciana Oliveira

Jornalista de Porto Velho, Rondônia, e membro da Comissão Nacional de Blogueiros

258 artigos

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RO: Entidades protestam contra regularização de invasões em Unidades de Conservação

Entendemos que as unidades de conservação não são empecilho para o desenvolvimento e que, ao contrário, podem ser aliadas na geração de emprego e renda, como por exemplo, na exploração sustentável da biodiversidade. O ataque a elas mostra ao Brasil e ao mundo que o estado não está preocupado em cuidar da Floresta Amazônica, nosso maior patrimônio

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“Entregar essas áreas aos invasores é premiar e legitimar a ação do crime organizado no Estado. É assumir que o crime compensa e incentivar novas invasões em outras unidades de conservação.”

Nota Pública – Nenhum hectare a menos!

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A permanente ameaça do governo do Estado de Rondônia e da Assembleia Legislativa às áreas protegidas se volta agora para duas unidades de conservação: Reserva Extrativista Jaci-Paraná e Parque Estadual Guajará- Mirim. Governador e deputados pretendem entregar as áreas públicas, um bem do povo, a grileiros e desmatadores, por meio de projeto de lei que tramita com prioridade na Assembleia Legislativa e pode ser aprovado nos próximos dias. O projeto do governador e dos deputados é desmembrar cerca de 161.599 mil hectares dessas duas unidades de conservação e entrega-los à exploração, principalmente para a criação de gado.

As duas áreas têm sofrido invasões crescentes nos últimos 20 anos. Seringueiros da RESEX foram expulsos com violência por jagunços armados a serviço dos grileiros. Entregar essas áreas aos invasores é premiar e legitimar a ação do crime organizado no Estado. É assumir que o crime compensa e incentivar novas invasões em outras unidades de conservação, a exemplo do que ocorre na RESEX Aquariquara e outras reservas na região de Machadinho e Vale do Anari.

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A desafetação dessas unidades impactam diretamente as Terras Indigenas Uru-eu-wau-wau, Karipuna, Igarapé Lage, Igarapé Ribeirão, Karitiana e os povos que estão em isolamento voluntário na região que envolve as áreas protegidas, ameaçando a integridade física, cultural e territorial podendo levar a eminência de um genocídio de culturas milenares.

Entendemos que as unidades de conservação não são empecilho para o desenvolvimento e que, ao contrário, podem ser aliadas na geração de emprego e renda, como por exemplo, na exploração sustentável da biodiversidade. O ataque a elas mostra ao Brasil e ao mundo que o estado não está preocupado em cuidar da Floresta Amazônica, nosso maior patrimônio.

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As unidades de conservação: Jaci-Paraná e Guajará-Mirim não podem perder nem um hectare e precisam ser recuperados em sua integridade, o que seria outra oportunidade de geração de emprego e renda. O povo rondoniense não precisa de menos florestas. Precisa de mais. O uso das áreas públicas para a criação de gado beneficia apenas um pequeno grupo, além de ser crime previsto em lei.

As justificativas de invasões de áreas protegidas para desafetá-las utilizadas pelo PLC: no 80/2020, só demonstra a incapacidade do Poder Público de governar e gerir o território, deixando a mercê do crime organizado.

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Diante do exposto as entidades que assinam esta nota, exigem:

  1. Aretiradadestamatériadapautadopoderlegislativoestadual;
  2. Retiradadosinvasoresdetodasasáreasprotegidas;
  3. Reconduçãodascomunidadestradicionaisaosseusterritórios;
  4. Proteção, monitoramento e fiscalização das Terras Indígenas e Unidades de Conservação;
  5. Que o gado seja apreendido, leiloado e os recursos sejam aplicados na recuperação das áreas degradadas;
  6. Que o programa de reflorestamento do Estado priorize as referidas áreas para recomposição florestal.

    Porto Velho-RO, 01/12/2020.

    Assinam:
    Arquidiocese de Porto Velho
    Associação de Defesa Etnoambiental-KANINDÉ;
    Conselho Indigenista Missionário/CIMI-RO;
    ONG Raiz Nativa;
    SOS Amazônia;
    Grupo de Pesquisa em Gestão do Território e Geografia Agrária da Amazônia – GTGA/UNIR;
    Associação do Povo Indígena Karipuna-APOIKA; Associação do Povo Indígena Uru-eu-wau-wau/Jupaú; WWF-Brasil;
    Comitê Chico Mendes;
    Revista Xapuri;
    Associação das Guerreiras Indígenas de Rondônia – AGIR; ECOPORÉ-Ação Ecológica Guaporé;
    Fundação Luterana de Diaconia;
    Conselho de Missão Entre os Povos Indígenas;
    Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia-FDL;
    OPIROMA;
    Associação Alternativa Terra Azul;
    Organização Indigenista da Diocese de Guajará-Mirim;
    Pastoral Indigenista da Diocese de Ji-Paraná;
    IMV – Instituto Madeira Vivo;
    Associação Metareila do Povo Indígena Suruí;
    Conselho Nacional das Populações das Populações Extrativistas-CNS; Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores-PT;
    Rede Sustentabilidade;
    Juventude Indígena de Rondônia;
    FETAGRO – Federação de Trabalhadores na Agricultura de Rondônia

Via Campesina RO;
IPÊ; – Instituto de Pesquisa Ecologica
FVA – Fundação Vitória Amazônica
Grupo de Pesquisa Geografia, Natureza e Territorialidades Humanas – GENTEH-UNIR
Forum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Rondônia – Fórum DCA/RO
ECAM – Equipe de Conservação da Amazônia
Grupo de Pesquisa em Geografia e Ordenamento do Território na Amazônia – GOT- Amazônia/UNIR
CUT-RO
Instituto Territórios e Justiça
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Maria dos Anjos –CDCA/RO Associação Cultural Pirarucu do Madeira
Instituto India Amazônia
Conselho Nacional de Seringueiros – CNS
Coletivo Mura de Porto Velho
Comitê Defensor da Vida Amazônica na Bacia do Rio Madeira
Organização Indígena Oro Wari
Pastoral Indigenista da Diocese de Guajará Mirim
Pastoral Indigenista da Diocese de Ji-Paraná
CRB – Regional Porto Velho Ir. Carmelita

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