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José Augusto Valente

Diretor-Presidente da Valente Consultoria e Projetos de Engenharia Ltda. Foi Presidente do DER-RJ e Secretário de Política Nacional de Transportes/MT

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Saindo do buraco: obras públicas sim, teto dos gastos não!

É sabido que recursos aplicados em obras e serviços de infraestrutura, especialmente em rodovias, vias urbanas, saneamento e moradia, geram impactos significativos na geração de trabalho e renda, além de melhorarem a qualidade de vida de milhões de pessoas

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Até o final do ano, a situação da economia brasileira se deteriorará, sensivelmente, e exigirá do governo federal investimentos maciços na geração de trabalho e renda para milhões de trabalhadores e trabalhadoras. O Brasil, assim como os demais países desenvolvidos e em desenvolvimento, terá que contar com o Estado para retomar a esperança e gerar trabalho e renda para milhões e, com isso, induzir os agentes econômicos a investir o máximo possível. Atualmente, há um grande consenso de que esperar que o “mercado” seja o protagonista é um grande erro, de graves consequências.

Construir alternativas, nessa situação única da humanidade, exigirá um volume muito grande de recursos financeiros para reverter a situação, até terminar a pandemia, daqui a dois ou três anos, disso todos têm certeza. O governo Bolsonaro, no entanto, insiste na tese de que é necessário manter o rigor fiscal, ou seja, manter o teto de gastos. Coisa que nenhum país está fazendo, por considerar que a saúde dos seus cidadãos, mas também de toda a população mundial, exige não medir esforços e fazer não só o possível, mas também o impossível.

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Se isso é fato, o grande desafio imediato a ser enfrentado é o de gerar milhões de postos de trabalho e renda. Isso exigirá dos nossos dirigentes um robusto programa emergencial, nas esferas da União, Estados e Municípios. Exigirá, também, criatividade para viabilização de recursos, não necessariamente financeiros. Como exemplo, cito o papel vital que a Petrobras pode cumprir, no fornecimento de insumos com preços reduzidos, para aumentar a abrangência do programa.

É sabido que recursos aplicados em obras e serviços de infraestrutura, especialmente em rodovias, vias urbanas, saneamento e moradia, geram impactos significativos na geração de trabalho e renda, além de melhorarem a qualidade de vida de milhões de pessoas. 

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Sugiro, portanto, um programa emergencial, com esse foco, através de medidas como estas, que signifiquem “injeção na veia.

a) Aceleração de programa de obras e serviços de manutenção e conservação rodoviária, com destinação adicional de R$ 10 bilhões/ano ao atual orçamento do DNIT, para voltar ao patamar de 2010;

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b) Retomada imediata de dezenas de obras, já contratadas e que estão paradas, especialmente no âmbito do DNIT e da VALEC, bem como do programa Minha Casa Minha Vida;

c) Antecipação de renovação de concessões rodoviárias, que estão em vias de encerramento contratual, ou prorrogação das que estão com dificuldades financeiras, desde que as concessionárias garantam a retomada dos investimentos nos próximos cinco anos, com foco em utilização intensiva de mão de obra;

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d) Criação de um programa emergencial de obras e serviços de infraestrutura rodoviária, saneamento básico, e moradia, envolvendo os estados e municípios. A orientação geral é a de que cada governo de estado estabeleça programas emergenciais de geração de emprego e renda, por regiões ou bacias produtivas, como as do leite e de frutas, entre outras. Sugestão de ações intensivas em mão-de-obra a desenvolver: 

a. pavimentação de estradas de terra, utilizando métodos e técnicas de baixo custo; 

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b. conservação e eventual restauração das rodovias municipais, estaduais e federais, utilizando soluções como tratamentos superficiais simples e duplo; 

c. obras e serviços de saneamento básico, para rede de águas pluviais e redes de coleta e destinação de esgoto.

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Nessa configuração, a União fornece recursos financeiros e insumos para pavimentação asfáltica e os estados as suas usinas de asfalto disponíveis, bem como caminhões basculantes e rolos compactadores, entre outros equipamentos necessários. 

Aos municípios cabe o cadastramento e fornecimento de mão-de-obra, incluindo a execução, com supervisão de técnicos da própria Prefeitura, dos DERs ou das Superintendências do DNIT.

Para financiar essas ações, inclusive as mencionadas nos itens (a) e (b), é possível identificar fundos não constitucionais que possam ser cancelados parcialmente, nos próximos anos, visando à geração de financeiro para investimentos públicos diretos por órgãos como o DNIT e Valec, assim como para transferências aos DERs e Prefeituras, nas ações integradas. Segundo levantamento do Ministério da Economia, que elaborou a PEC dos Fundos, em tramitação no Congresso Nacional, é possível gerar um financeiro anual de até R$ 200 bilhões. Avaliamos que trinta porcento disso já seria suficiente para engordar o programa.

Esse programa emergencial é, na verdade, um complemento necessário, mas não substitui os programas em andamento no âmbito do Ministério da Infraestrutura e dos governos estaduais. Se olhamos dessa forma, é possível enxergar a concretização de um grande canteiro de obras e serviços no país, até o fim da pandemia, saindo do atual circulo vicioso para um momento de esperança em relação ao futuro.

José Augusto Valente – especialista em logística e infraestrutura

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