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Rachel Vargas

Jornalista há 20 anos, atuou nas principais redações do país, como Correio Braziliense, Jornal de Brasília, TV Band, TV Justiça, Record TV e CNN. Há dois anos, começou a atuar em consultorias políticas e se especializou como consultora de relações institucionais e governamentais.

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Sanções a Marcos do Val elevam crise e preocupam senadores

Decisão de Alexandre de Moraes contra Marcos do Val ativa o espírito corporativista do Senado

Sanções a Marcos do Val elevam crise e preocupam senadores (Foto: ABr)

Não foi apenas a prisão de Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que agravou a crise institucional entre os Poderes. Relatos de senadores da base do governo indicam que as sanções impostas ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) — entre elas o uso de tornozeleira eletrônica — contribuíram para acirrar ainda mais o ambiente no Parlamento. A avaliação de lideranças políticas é que a decisão do ministro abre um precedente considerado perigoso pelos parlamentares e fortalece o espírito corporativista. Isso se comprova com um abaixo-assinado que circula entre senadores em apoio a Do Val e que, até a tarde desta terça-feira, já havia obtido 39 das 81 assinaturas possíveis — ou seja, quase metade da Casa. O número expressivo demonstra a disposição do Senado em proteger o parlamentar, caso o Supremo remeta o caso para avaliação da Casa.

Em 2017, o Senado absolveu Aécio Neves e devolveu seu mandato após a Suprema Corte determinar seu afastamento. O mesmo pode ocorrer com Do Val, caso seu caso chegue ao Plenário, mesmo ele não sendo considerado um parlamentar de bom trânsito e cujas ações sejam duramente criticadas pelos seus pares. Outra preocupação de senadores ouvidos é a pressão exercida pela oposição para que o presidente do Senado avance com um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Isso porque o apoio a Do Val é visto como um termômetro de um possível processo contra o ministro.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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