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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Se bater em Haddad, Ciro não chega ao 2º. turno, mas ajuda Bolsonaro

"Ciro não vai conseguir chegar ao segundo turno por mais que bata em Haddad, porque está com 11%, impossível ganhar pontos suficientes para ultrapassá-lo em apenas três dias, isso nunca aconteceu; ele vai é estancar a ascensão de Haddad e abrir caminho para a vitória de Bolsonaro", escreve o colunista Alex Solnik; "É isso que Ciro e PDT têm que avaliar nessas horas que restam até o debate. Um embate de vida ou morte dele com Haddad é tudo o que os fascistas desejam assistir de camarote", diz; "Ninguém derrota o fascismo sozinho. As pesquisas mostram que, juntos, Haddad e Ciro ganham do inimigo comum"

Se bater em Haddad, Ciro não chega ao 2º. turno, mas ajuda Bolsonaro

Não quero ver esse filme de novo. Em 1989, a esquerda se dividiu entre Lula e Brizola. Brizola chamava Lula de sapo barbudo. Os dois disputavam vaga no segundo turno com unhas e dentes. A direita se aglutinou com Collor. Deu Collor. E o Brasil andou para trás. Leio nos jornais que o PDT orienta Ciro a bater em Haddad no debate de hoje para subir nas pesquisas.

Ninguém duvida do poder oratório de Ciro e da sua eloquência. Ele é mais corrosivo e contundente que Haddad. Num debate aberto entre ele e Haddad, ele ganha.

Mas a questão agora é outra: Ciro não vai conseguir chegar ao segundo turno por mais que bata em Haddad, porque está com 11%, impossível ganhar pontos suficientes para ultrapassá-lo em apenas três dias, isso nunca aconteceu; ele vai é estancar a ascensão de Haddad e abrir caminho para a vitória de Bolsonaro.

É isso que Ciro e PDT têm que avaliar nessas horas que restam até o debate. Um embate de vida ou morte dele com Haddad é tudo o que os fascistas desejam assistir de camarote. A quem interessa tirar fôlego do candidato da democracia que enfrenta o candidato fascista a três dias das eleições, senão aos fascistas? É esse jogo que Ciro está disposto a jogar?

Entre alvejar um fascista e Haddad ele vai escolher o seu ex-colega de ministério?

O debate vai ser a oportunidade final para Haddad mostrar sua força. Ele tem que partir para cima de Bolsonaro, ainda que esteja ausente e mostrar o risco que ele representa para a liberdade dos brasileiros, não só para o bolso, com toda a ênfase possível, é isso o que os eleitores esperam dele, que bata o pau na mesa, que mostre que vai varrer o fascista do mapa.

E Ciro, se tiver cabeça, tem que fazer o mesmo, aliar-se a Haddad para destruir o inimigo não só deles, mas de todos os brasileiros democratas.

Se atacar Haddad, Ciro não vai ganhar, mas poderá levar Haddad junto com ele para o lado dos perdedores.

Ninguém derrota o fascismo sozinho. As pesquisas mostram que, juntos, Haddad e Ciro ganham do inimigo comum.

 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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