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Ribamar Fonseca

Jornalista e escritor

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Se Câmara barrar a segunda denúncia, intervenção militar pode ser inevitável

Se Temer tiver êxito de novo, o que parece provável diante do otimismo dos parlamentares governistas, a decisão da Câmara pode ser a gota d´água que falta para deflagrar a intervenção, considerada por muitos como a única alternativa para salvar o Brasil da destruição, já que a deterioração das instituições deixou o país à deriva

Se Temer tiver êxito de novo, o que parece provável diante do otimismo dos parlamentares governistas, a decisão da Câmara pode ser a gota d´água que falta para deflagrar a intervenção, considerada por muitos como a única alternativa para salvar o Brasil da destruição, já que a deterioração das instituições deixou o país à deriva (Foto: Ribamar Fonseca)
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Se a Câmara dos Deputados barrar mais uma vez a denúncia contra Michel Temer, acusado agora de organização criminosa e obstrução da Justiça, a intervenção dos militares pode ser inevitável. Temer vem usando de todos os artifícios e manobrando com o dinheiro público na compra de deputados para, mais uma vez, impedir que seja afastado do Palácio do Planalto e investigado. Se ele tiver êxito de novo, o que parece provável diante do otimismo dos parlamentares governistas, a decisão da Câmara pode ser a gota d´água que falta para deflagrar a intervenção, considerada por muitos como a única alternativa para salvar o Brasil da destruição, já que a deterioração das instituições deixou o país à deriva. E ninguém sabe como estancar esse processo destrutivo, uma vez que o Congresso, que constitucionalmente seria o poder capaz de defenestrar Temer, é seu cúmplice nessa insana tarefa.

Para chegar à conclusão de que os militares, que estão acompanhando atentamente os acontecimentos, poderão ver na votação da Câmara o momento certo para intervir, basta lembrar as palavras do general Hamilton Mourão na palestra feita recentemente no Grande Oriente do Brasil: "Na minha visão, que coincide com a dos meus companheiros do alto comando do Exército, nós estamos numa situação daquilo que lembra a tábua de logaritmos: aproximações sucessivas. Até chegar o momento em que ou as instituições solucionam o problema político, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós teremos que impor isso". E acrescentou: "No presente momento o que nós vislumbramos é que os poderes terão de buscar uma solução. Se não conseguirem, chegará a hora em que nós teremos que impor uma solução". Para bom entendedor, meia palavra basta.

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Diante dessa ameaça, as forças democráticas deste país deverão, urgentemente, reunir-se com os membros dos três poderes não contaminados pelo ódio e pela corrupção, para pressionar a Câmara, de modo a afastar Temer do poder e buscar um novo rumo para o país, antes que os militares se sintam no dever de intervir. Com a deterioração das instituições e a instalação do caos no país, por conta de um governo golpista com 3% de aprovação popular, urge também a mobilização das forças populares para que se busque uma solução constitucional que não implique em intervenção militar, pois esta tende a degenerar para um regime de exceção de consequências imprevisíveis. Até porque já cresce nas redes sociais o número de anencéfalos que, sem muita noção do que dizem, pregam a intervenção. Um maluco chegou a dizer que ela terá o apoio dos Estados Unidos, que bombardearão Brasília, transformando as construções em escombros.

Muitos dos que defendem a intervenção o fazem indignados com a corrupção e a venda do Brasil pelo governo Temer, que já pensa até em privatizar as praias, mas não sabem que o general Mourão, o primeiro militar de alta patente que falou em intervenção, também defende a privatização de nossas empresas e riquezas naturais. A revelação foi feita pelo deputado carioca Glauber Braga, do Psol, que divulgou um vídeo da palestra do general. Nela ele critica a cultura brasileira, dizendo, entre outras coisas, que nós carregamos uma herança cultural tripla: a indolência do índio, a magia do negro e a cultura do privilégio do ibérico. Ou seja, em outras palavras: o brasileiro é um povo subdesenvolvido, que precisa ser controlado por outras culturas mais evoluídas, como, por exemplo, a norte-americana, o que coincide com o pensamento do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem um país atrasado só se desenvolve atrelado a uma grande potência, como os Estados Unidos. Ou seja: se houver intervenção militar as privatizações deverão continuar.

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Por mais incrível que possa parecer, ainda tem gente, entre civis e militares, que ficou parada no tempo e fala em "ameaça comunista". A intervenção, na visão deles, teria também o objetivo de impedir o Brasil de se tornar um país comunista. Constata-se, desse modo, que longe de solucionar os problemas do país, uma possível intervenção militar os agravaria, pois além de estabelecer um regime de exceção, liquidando com a democracia, ampliaria o retrocesso promovido por Temer. E ficamos naquele dilema de "se correr o bicho pega, se ficar o bicho come". Se o objetivo é combater a corrupção e afastar os corruptos do poder, isso pode ser feito perfeitamente dentro do regime democrático, desde que o Supremo reassuma o seu papel de guardião da Constituição, acorde da sua aparente hibernação e passe a atuar de fato em defesa dos interesses do pais e do seu povo, para isso também afastando alguns dos seus membros influenciados por paixões políticas e descomprometidos com a Justiça. E faça ajustes em seus procedimentos para recuperar a confiança do povo.

O fato é que os homens de bem deste país devem fazer algo – e com urgência – para por um fim nessa farra de Temer, que não tem escrúpulos e comete um crime atrás de outro para manter-se no poder, como se fosse a coisa mais natural do mundo, sob os olhares atônitos de um povo apático e sem esperança. Se ele permanecer até o final do mandato, caso não haja intervenção, vai colocar uma enorme placa de "vende-se" e leiloar o país inteiro. Como disse o ex-presidente Itamar Franco, por ocasião da fúria privatizacionista do governo FHC, só vai sobrar o pau da bandeira. Afinal, os entreguistas que ocupavam postos–chave no seu governo, entre eles Pedro Parente, estão todos no governo Temer e pretendem completar a entrega iniciada naquela época, já que nasceram no Brasil, mas o coração é norte-americano. Os brasileiros que de fato amam este país não podem mais continuar assistindo, aparvalhados, o desmonte da Nação por um governo de corruptos manipulado por Tio Sam. Basta!

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