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Alex Solnik

Alex Solnik, jornalista, é autor de "O dia em que conheci Brilhante Ustra" (Geração Editorial)

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Se correr, o petróleo pega; se ficar, o petróleo come

Inflação ou poluição? eis a questão

Plataforma de petróleo (Foto: Agência Petrobrás)

Desde 1846, quando o primeiro poço moderno foi perfurado em Bibi-Heybat, próximo a Bacu, no Azerbaijão, o petróleo mudou o mundo e o clima do mundo. Não seríamos o que somos hoje sem ele, a principal fonte de energia - mas não só - depois da era do carvão.

Mas a dependência desse mineral maravilhoso e a demanda crescente começaram a trazer problemas para o ar que a humanidade respira e a influir nas mudanças climáticas. Aquele que era conhecido como o ouro negro, e que fazia a fortuna de países, passou a ser considerado vilão em fins do século XX e assim continua atualmente.

Sob pressão de movimentos sociais, os principais produtores diminuem a produção, o que implica no aumento do preço. E o aumento do preço do petróleo implica no aumento não só dos combustíveis, mas de milhares de produtos feitos a partir dele, como tintas, plásticos, asfalto e fertilizantes.

Combustíveis caros implicam no encarecimento de tudo o que caminhões transportam mundo afora, inclusive alimentos. Fertilizantes caros, é óbvio, encarecem os alimentos, sobretudo em países como o Brasil, em que são muito utilizados. O petróleo caro também encarece a energia elétrica, pois alimenta as termelétricas.  E, é claro, alimenta a inflação.

O preço do petróleo cai se a produção mundial aumenta, e assim cai o preço da energia, dos fertilizantes, dos alimentos, e cai a inflação. Mas, se a produção aumenta, aumenta a queima de CO2, a poluição e a vida na Terra fica ameaçada.

Inflação ou poluição?, eis a questão. 

Se correr, o petróleo pega; se ficar, o petróleo come.

 

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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