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Décio Junior

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Se não formos pelo menos 500 mil na Esplanada eles vão decidir nosso futuro

Quando 513 deputados federais forem votar a PEC 241 em segundo turno não formos pelo menos 500 mil na Esplanada dos Ministério, pelo menos 200 mil na Avenida Paulista e outros tantos milhares no Anhangabaú, na Cinelândia e pelas ruas e praças das cidades brasileiras, eles vão nos enfiar goela baixo aquilo que está na ponta da língua, dito aos quatro ventos, mas apenas da boca pra fora

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O ambiente de indignação do povo brasileiro contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 241) me soa tão pacífico, que não vejo nenhuma movimentação propositiva de quem quer realmente barrar a proposta no Congresso Nacional. Tanto é que a PEC já foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos deputados e o que se vê é um silêncio intimidador.

Tal comportamento, suspeito, está relacionado ao desconhecimento da PEC por parte das pessoas que, no dia a dia, não discutem e não gostam de política, simplesmente porque a nossa cultura é a de não ensinar política nas escolas ou de debater os assuntos com a comunidade. Para muitos, política é o dia da eleição, em que se vota em quem não conhece, para fazer por você aquilo que você não tem a mínima ideia de como se faz.

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Para esclarecer, a PEC 241 prevê o limite dos gastos do governo para os próximos 20 anos. O objetivo, em tese, é interessante, já que pretende equilibrar as contas do estado brasileiro.

No entanto, a proposta não cumpre esse objetivo pois a origem do desiquilíbrio fiscal do país não está nos gastos primários que são a saúde, a educação, as pesquisas universitárias, o transporte público, os investimentos em saneamento básico e infraestrutura ou na transferência de renda social – Bolsa Família. Isso representa apenas 1% do déficit da dívida pública, castigada pelo pagamento dos juros.

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Mas o governo quer e diante da inércia do povo, vai conseguir congelar os investimentos causando um enorme impacto social. Ao longo dos anos hospitais vão quebrar, vai faltar medicamento, as escolas e universidades ficarão cada vez mais sucateadas, o salário mínimo não será reajustado e perderá seu poder de compra e menos benefícios serão repassados às pessoas mais pobres. E isso vai afetar a grande maioria do povo brasileiro até mesmo aos que estão na célebre classe média e acham que estão livres do tsunami que vem por aí. Dá para entender agora?

Por exemplo, você ganha hoje R$ 5 mil e mora sozinho num apartamento que você financiou pelo programa do governo. Tem o seu carro com quase todas as 60 parcelas quitadas e consegue administrar bem o seu salário. Imagine agora, sua vida pelos próximos 20 anos. Você vai se casar e vai investir para isso. Vai ter um filho e depois de alguns anos, um segundo. Logo as crianças estarão na creche, depois na escolinha e você vai contratar uma van para buscá-los. Com o tempo vão querer se divertir, fazer a viagem de formatura e vão ingressar num cursinho pré-vestibular. Desconsiderando os percalços da vida lá se foram 20 anos e você vai estar recebendo os mesmo R$ 5 mil de hoje. Se não entendeu, é exatamente isso que o governo vai fazer comigo, com você e com a nação brasileira que precisa agir.

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A facilidade tecnológica faz com que a toda hora vídeos, textos, memes, posts e twitters sejam compartilhados pelas redes sociais e plataformas digitais. Pelo WhatsApp, aplicativo no qual tenho pelo menos 10 grupos que discutem o assunto, a toda hora um vídeo diferente. Quando recebo em um, logo a mesma pessoa posta no outro, no outro e antes que consiga postar no quarto, uma outra pessoa do primeiro grupo compartilhou e passou para os demais. No final do dia, ao limpar o celular, o mesmo vídeo aparece dezenas de vezes para ser deletado. Comunicação para quem?

Eu escrevo esse artigo e você o lê. Por sorte, compartilha.

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Atores declamam textos lindíssimos ao som de "Apesar de você" (música de Chico Buarque de 1978). A Confederação Nacional do Bispos do Brasil (CNBB) emite nota de repúdio. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) analisa embasamento legal da PEC. O Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Contas, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e outras entidades de classe se reúne e se manifestam publicamente contra essa maldita PEC.

Professores, sindicatos e suas centrais, movimentos sociais, partidos políticos (uns parecem mais preocupados com as disputas internas), autoridades parlamentares bradando contra a PEC 241, tudo isso parece um vírus voraz, mas apenas no computador.

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Está na hora de ir pra rua. Acabar de vez com essa apatia política e de achar que posts, "whats" e artigos vão resolver o problema.

Se na próxima terça-feira, quando 513 deputados federais forem votar a PEC 241 em segundo turno não formos pelo menos 500 mil na Esplanada dos Ministério, pelo menos 200 mil na Avenida Paulista e outros tantos milhares no Anhangabaú, na Cinelândia e pelas ruas e praças das cidades brasileiras, eles vão nos enfiar goela baixo aquilo que está na ponta da língua, dito aos quatro ventos, mas apenas da boca pra fora.

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