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Paulo Moreira Leite

Colunista e comentarista na TV 247

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Se quer apoio de Lula, Ciro deve pedir para ser o vice. Entendeu?

"Se imagina, como tantas pessoas, que a tragédia que o país atravessa pode obrigá-lo a pedir o apoio de Lula mais adiante, Ciro Gomes tem obrigação de lhe de dar sustentação agora, em vez de tentar convencer os eleitores do mais popular presidente da nossa história a abandoná-lo", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247; para PML, quando faltam três meses para o registro de candidaturas, "Ciro precisa mostrar respeito pelos direitos de Lula, dobrar-se ao gigantesco apoio popular de que ele desfruta e oferecer-se para o segundo lugar numa aliança política de alto nível entre ambos" 

"Se imagina, como tantas pessoas, que a tragédia que o país atravessa pode obrigá-lo a pedir o apoio de Lula mais adiante, Ciro Gomes tem obrigação de lhe de dar sustentação agora, em vez de tentar convencer os eleitores do mais popular presidente da nossa história a abandoná-lo", escreve Paulo Moreira Leite, articulista do 247; para PML, quando faltam três meses para o registro de candidaturas, "Ciro precisa mostrar respeito pelos direitos de Lula, dobrar-se ao gigantesco apoio popular de que ele desfruta e oferecer-se para o segundo lugar numa aliança política de alto nível entre ambos"  (Foto: Paulo Moreira Leite)
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Quando faltam três meses para o registro das candidaturas presidenciais, há várias perguntas no ar, que envolvem até o risco de um golpe dentro do golpe, para adiar as eleições.

Uma questão fundamental diz respeito ao destino de Lula, líder em todas as pesquisas e em todos os cenários.

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Minha opinião é que a candidatura de Lula -- cujo lançamento ocorreu em vários pontos do país neste fim de semana -- deve ser defendida sem hesitação até o fim. Ninguém tem o direito de pedir a Lula para antecipar uma medida criminosa como um possível veto a sua candidatura, que pode fazer parte do cálculo de muitos eleitores e articuladores, mas é tão absurda como abrir a porta de casa para facilitar a entrada de um assaltante a espreita para fazer o serviço.

Para ficar num exemplo histórico, equivaleria a desistir da emenda diretas-já que, em 1984, todos sabiam que não seria aprovada e levaram a luta até o fim. Teria sido decente, democrático, entregar o ouro antes da hora? Claro que não.  

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Antes, como hoje, abandonar uma luta dessa envergadura seria uma canalhice disfarçada de esperteza ou mesmo bom senso. Equivale a abandonar um enfermo no hospital apenas porque muitos médicos -- falíveis como todos os mortais -- estão desenganados.

Neste momento, o principal interessado num aliança não é Lula. Não é ele que precisa encontrar um lugar na história. Já tem. Não é ele quem pode precisar de votos em 7 de outubro. Tem de sobra. Quem precisa da aliança, de seu próprio ponto de vista, é Ciro Gomes.

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Cabe a ele, portanto, ter a humildade de reconhecer que o protagonista da situação, em maio-junho de 2018, é Lula e  dar o primeiro passo, pedindo para formar uma chama PT-PDT, na qual iria ocupar o lugar de vice.  

Estou convencido de que, neste momento, não basta dar uma declaração de solidariedade apoio a Lula, atitude ridiculamente inofensiva, que milhões de anônimos eleitores brasileiros já assumem todos os dias, em casa, nas conversas com amigos e até se expondo a agressão de estranhos na rua, sem pedir nada em troca, muito menos a chance de ser presidente da República.  

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Se tem interesses nos votos de Lula caso este seja impossibilitado de disputar a eleição, e não pretende atuar como simples beneficiário numa tragédia que sem dúvida terá consequências terríveis para o país, Ciro deve agir como manda a etiqueta elementar dos acordos políticos. Precisa respeitar os direitos de Lula, dobrar-se ao gigantesco apoio popular de que ele desfruta e oferecer-se para ocupar o segundo lugar numa aliança política entre ambos.

Não estamos falando de um pacto eleitoral improvisado, desses que ocorrem todos os dias, na barganha permanente que é rotina no país. Mas de um acordo político para enfrentar as eleições presidenciais e formar um possível governo, numa chapa na qual o papel principal deve caber ao concorrente que reune maiores condições de vencer as eleições, como determina a melhor tradição democrática.    

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Maior liderança popular do país em sua história, Lula tem o dever político e moral de defender o direito de disputar a presidência mais uma vez. Não faz isso por  espírito de revanche, egoísmo, ou interesse pessoal. Mas tenta cumprir o dever intransferível de todo homem público que recebe um chamado do povo e que não pode, em nenhuma hipótese, muito menos na conjuntura de incertezas e altos riscos como a atual, deixar de fazer o possível para atendê-lo.

Na verdade, a história não deu a Lula a opção de abandonar a própria candidatura, que expressa o combate da maioria dos brasileiros em defesa da liberdade de escolher o próximo presidente da República pelo voto livre, direto e secreto. Desde a infância em Caetés a vida só lhe deu a opção de lutar -- e todo brasileiro e brasileira decente sente orgulho desse seu comportamento e não pode lhe negar apoio.

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Se imagina -- como tantas pessoas -- que a tragédia que o país atravessa pode obrigá-lo a pedir apoio de Lula mais adiante, Ciro Gomes tem a obrigação de lhe dar sustentação agora, em vez de tentar convencer os eleitores do mais popular presidente de nossa história a abandoná-lo.

Alguma dúvida?

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