Sem consumo, empresas não se mantém



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Olá, companheiros e companheiras. Tudo bem? Nesta semana estamos todos sendo bombardeados com as informações sobre o fechamento da fábrica da Ford no Brasil. Além de diversas análises sobre o fim das atividades em si, também há a perspectiva de que outras indústrias deixem o país em breve, afetando ainda mais a crise do desemprego que bate na porta de mais de 14 milhões de brasileiros. 

Nas diversas análises que li, de vários economistas, poucos abordam o motivo real do fechamento da indústria (até porque muitos são coniventes com a ideologia econômica do atual governo): o encarecimento do preço de produção e a diminuição da procura. 

Com o dólar batendo na estratosfera e uma redução da renda familiar, alguns bens, como o carro, passam a ser supérfluos. Lembra daquele parente que trocava de veículo todo ano? Ou aquele amigo que tinha moto e carro? Pois é... pessoas assim estão mais difíceis de encontrar. Não há mais condições financeiras de ficar adquirindo veículos a bel prazer conforme vimos na década passada, por exemplo. 

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Nem vou entrar no mérito do preço da gasolina, que também contribui para retirar veículos das ruas, ou do aumento substancial de motoristas de aplicativo – que escancaram o drama do emprego e da informalidade no país. A verdade é: o consumo diminuiu e fabricar os produtos, no caso da Ford os carros, ficou caro. Em nenhum lugar do mundo um comércio se mantem desta maneira. 

É difícil para os liberalóides brasileiros compreenderem algo básico: a roda da economia só funciona com o consumo. A queda do PIB brasileiro foi menor graças ao auxílio emergencial. As parcelas de R$1.200, R$600 e R$300 contribuíram para manter o mercado, principalmente o de serviços e alimentos, minimamente aquecidos. Tanto é que tivemos aumento da inflação no setor alimentício, já que a procura foi maior que a demanda em alguns casos. Só ver o crescimento do preço das cestas básicas em algumas capitais. 

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Agora, sem o Auxílio, com o arrocho salarial que vivemos, com o dólar alto e sem a perspectiva de melhora econômica no curto prazo por causa da briga pela vacinação, o cenário de 2021 se torna catastrófico. Empresas multinacionais como a Ford já perceberam isso. Vai faltar dinheiro para consumir e o dólar deve aumentar ainda mais, encarecendo os materiais usados na fabricação de carros. Eles simplesmente se anteciparam. Não quiseram “pagar pra ver” o cenário se deteriorar e os prejuízos baterem na porta, para saírem do país. 

Óbvio que o Governo Federal tenta mudar o enredo e culpar os “incentivos fiscais”. É claro que eles são ruins e foram muito usados nos governos do PT, principalmente na gestão Dilma. Mas não são a causa maior do problema. Por mais subsídio que se dê, o prejuízo vai chegar pois não haverá venda. E sem vender, a conta não vai fechar. 

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É preciso, de maneira urgente, fazer a roda girar. Injetar dinheiro para que as pessoas possam consumir. Desta maneira, as empresas terão lucro, novas podem se instalar no Brasil, e teremos condições de sair da crise. Ou então, de fato, o país ficará quebrado. 

Em tempos, nesta discussão, é necessário pensar no papel dos governos Lula e Dilma na questão industrial. É inconcebível que durante 13 anos não tenha se desenvolvido um projeto de fomento da indústria nacional. Pelo contrário, houve redução. Desde o governo Temer, se acentuou. Mas, mesmo durante a gestão petista, as coisas não estavam funcionando da maneira como deveriam. 

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