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Sem dialogar, prefeito do Rio prefere expulsar os ativistas do "Ocupa Golfe"

Nessa semana, os jovens ativistas conseguiram registros fotográficos que dão uma ideia dos impactos ambientais com a obra para o campo de golfe olímpico

Nessa semana, os jovens ativistas conseguiram registros fotográficos que dão uma ideia dos impactos ambientais com a obra para o campo de golfe olímpico (Foto: Roberto Bitencourt da Silva)
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Os ativistas do "Ocupa Golfe", nome dado à ocupação em frente ao terreno em que está sendo construído um campo de golfe para as Olimpíadas de 2016, foram expulsos pela Prefeitura do Rio de Janeiro, nesta madrugada (18/12). Os ativistas, muitos jovens ambientalistas – integrantes de diferentes coletivos apartidários que emergiram na cidade após as jornadas de junho de 2013 – encontravam-se acampados há cerca de duas semanas, na entrada da área de construção, que fica no bairro da Barra da Tijuca, zona oeste do município do Rio de Janeiro.

As obras são bastante controversas, envolvendo evidentes possibilidades de altos ganhos econômicos a um empreendimento imobiliário privado – que realiza a construção do campo de golfe –, assim como futuras perdas de receita municipal (por conta de isenção de IPTU) e não poucos danos ambientais. A obra está sendo realizada em área de proteção ambiental permanente, afetando espécies da flora e da fauna que somente existem na região (1).

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Devido ao mais absoluto silêncio sobre o caso na agenda dos meios massivos de comunicação, sobretudo da televisão, a ocupação teve e tem em vista chamar a atenção pública. Conseguiu, nos últimos dias, uma assinatura adicional na Câmara de Vereadores para a instalação da CPI do "Campo de Golfe", da parte do ex-prefeito e atualmente vereador Cesar Maia (DEM). Ainda insuficiente, pois segundo o autor do pedido de CPI, vereador Renato Cinco (PSOL), a sua instalação demanda 17 assinaturas. Momentaneamente, são estes os vereadores que a apoiam: Eliomar Coelho (PSOL), Jefferson Moura (PSOL), Paulo Pinheiro (PSOL), Leonel Brizola Neto (PDT), Márcio Garcia (PR), Reimont (PT), Teresa Bergher (PSDB) e Cesar Maia (DEM).

Ademais, em 16/12, os ativistas estiveram em frente ao Teatro Municipal, em que se realizava o evento Prêmio Brasil Olímpico 2014. Buscavam coletar assinaturas de personalidades do esporte em apoio à instalação da CPI. Manifestaram adesão dois destacados personagens do esporte brasileiro, o iatista Torben Grael e a ex-camisa 10 da seleção brasileira de vôlei, Virna.

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Nessa semana, os jovens ativistas conseguiram registros fotográficos que dão uma ideia dos impactos ambientais com a obra para o campo de golfe olímpico. Aterramento de vasta área, uso sistemático de água para irrigar o campo e, mesmo, encontraram na área uma irregular cerca de arame que impede a circulação da fauna.

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Relatos dos ativistas indicavam, há dias, a adoção de constrangimentos por parte da Prefeitura: inicialmente a Guarda Municipal alegava obstrução da via pública, impedindo a montagem de barracas. Com isso, os ativistas improvisaram as suas instalações com guarda-sóis, para protegerem-se do sol e da chuva. Dia a dia a Prefeitura exigia novos ajustes nas acomodações da ocupação, de modo a impossibilitar a permanência mesmo em trecho da calçada. Diga-se, área onde praticamente não há circulação de pedestres.

No início da semana, arbitrariamente, a Guarda Municipal multou motoristas somente porque buzinavam em apoio à ocupação, na via em frente a mesma. Sem manifestar qualquer interesse em dialogar e esclarecer as motivações para a realização de obra tão controversa, o prefeito Eduardo Paes, como é de seu feitio, preferiu adotar a fórmula da força. Inúmeros guardas municipais, acompanhados de caminhão da Prefeitura do Rio, retiraram todos os pertences e artefatos que asseguravam a ocupação dos ativistas. Na calada da noite.

Em contato com os ativistas, eles afirmam que vão permanecer no local e irão manter a programação de debates e diálogos abertos à população. As pressões da Prefeitura para que não seja reativada a ocupação são salientes. Um movimento pacífico, com justificativas claras, sendo "convidado" a se retirar. Mais um "legado" das Olimpíadas, em que a cidadania é desconsiderada pela força dos negócios.

(1)Saiba mais: http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/163708/Olimp%C3%ADadas-para-quem-Golfe-para-quem.htm

Fotos: Ocupa Golfe

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