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Ricardo Flaitt

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Sem Lula e sob o risco do extremismo, Ciro avança na disputa presidencial

Como o poder de transferência de votos de Lula a Haddad é uma incógnita, Ciro vem convergindo parte do eleitorado da esquerda, que estava fechada com o “lulismo”, mas não necessariamente com o petismo

Sem Lula e sob o risco do extremismo, Ciro avança na disputa presidencial

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Praticamente um mês das eleições, com Lula retirado da disputa, Ciro Gomes vem crescendo em diversos segmentos sociais. Segundo pesquisa da BTG Pactual, divulgada segunda-feira (3), o pedetista já ocupa o segundo lugar na corrida presidencial, atrás de Bolsonaro, o pedetista já ocupa o segundo lugar na corrida presidencial, atrás de Bolsonaro, que cresceu ainda mais depois do palanque em que se transformou sua entrevista no Jornal Nacional dia 28 de agosto.

Como o poder de transferência de votos de Lula a Haddad é uma incógnita, Ciro vem convergindo parte do eleitorado da esquerda, que estava fechada com o “lulismo”, mas não necessariamente com o petismo. Ao que parece, muitos desses eleitores, órfãos de Lula (que atinge mais de 39% das intenções de voto), começaram a pensar em Ciro como alternativa para enfrentar um embate contra Bolsonaro no segundo turno.

Conforme indica a pesquisa, os votos de Lula se espalhariam entre Marina, Haddad e Ciro, que herdariam 15% cada. Bolsonaro e Alckmin, 8%. Álvaro, Meirelles e Boulos, 1%. Ainda haja que um empate na transferência, Ciro parece surgir com mais força, pois transita bem entre os campos da direita e da esquerda.

Na direita, com seu principal candidato, Geraldo Alckmin, patinando nas pesquisas, e outros na penumbra das estatísticas, Ciro surge como alternativa entre o PSDB e o PT para enfrentar o radicalismo-oco de Bolsonaro, em que grandes segmentos da esquerda e direita veem como um caminho caótico para o país.

Devido à acirrada rixa que se formou entre PT e PSDB nas últimas eleições, muito dificilmente eleitores de tais partidos assumem que poderão votar no partido “rival”. Mas quando o assunto é evitar que o extremismo de Bolsonaro (que renega a política fazendo política) lidere uma nação de 207,7 milhões de habitantes, com graves problemas econômicos e sociais, existe até mesmo a possibilidade de PT e PSDB se unirem.

Ciro ainda tem essa vantagem. No campo ideológico, ele se posiciona fora do eixo “coxinhas versus mortadelas”, com propostas que não polarizam, não segmentam a sociedade, e que aponta para a melhoria da vida dos mais necessitados, garantindo um patamar civilizatório, sem recair no assistencialismo e, concomitante, o desenvolvimento dos setores produtivos, também sem permitir o assistencialismo do Estado.

Em outras palavras, o pedetista, em suas diversas explanações, deixa claro que não defende o Estado Mínimo, nem o “Estado Máximo”.

Com setores influentes da mídia e do mercado segurando as fichas para apostar definitivamente em Alckmin e colocando mira em qualquer iniciativa petista, Ciro surge com força nesta no tabuleiro eleitoral, avançando uma casa na disputa.

Sob o contexto do risco de um lunático ocupar a presidência, os desgastes de PT e PSDB, Ciro cresce como uma terceira via.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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