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Leonardo Attuch

Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247.

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Sem o apoio de Lula e do BNDES, os grandes projetos de São Paulo não sairiam do papel

O governo federal tem a obrigação de disputar a paternidade dos grandes projetos nos estados governados pela oposição, como fez ontem Mercadante

Mercadante divulga investimentos federais em São Paulo (Foto: Divulgação)

A inauguração da Estação Ambuitá, na Linha 8-Diamante dos trens metropolitanos de São Paulo, escancarou uma verdade inegável: sem a liderança política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sem o suporte técnico e financeiro do BNDES, os grandes projetos de infraestrutura em São Paulo não sairiam do papel. Ainda que governadores como Tarcísio de Freitas também tenham papel relevante na execução dessas obras, é preciso deixar claro de onde vêm os recursos e quem está realmente comprometido com o desenvolvimento do Brasil.

Sob a presidência de Aloizio Mercadante, o BNDES resgatou com firmeza sua missão de ser um indutor estratégico do desenvolvimento nacional. A presença de Mercadante na cerimônia de inauguração da nova estação não foi apenas institucional – foi política no melhor sentido da palavra. Ele esteve lá como enviado do presidente Lula para afirmar que o governo federal não discrimina estados ou prefeitos por filiação partidária. “Todos os 27 estados e todos os municípios têm a porta aberta no BNDES”, disse Mercadante, com a autoridade de quem comanda o banco que mais investe na infraestrutura paulista.

Apenas nas linhas 8 e 9, o BNDES destinou R$ 3,4 bilhões – mais de 65% do valor total do projeto – para garantir modernização, ampliação, trens novos e empregos no setor ferroviário. E isso é só uma parte dos R$ 37 bilhões investidos pelo banco nos últimos 25 anos em mobilidade urbana em São Paulo, que resultaram em mais de 260 trens, 89 km de trilhos, 63 estações e melhorias que beneficiam 4 milhões de passageiros por dia. 

Enquanto colhe os louros dos investimentos federais, o governador Tarcísio de Freitas continua alinhado ao bolsonarismo – uma corrente política que tentou destruir o papel do Estado, demonizou o BNDES e sabotou políticas públicas que hoje se mostram indispensáveis. Felizmente, durante a inauguração, o governador elogiou o banco e o presidente Lula, reconhecendo que sem eles projetos como o Trem Intercidades ou o túnel Santos-Guarujá não sairiam do papel. Mas essa admissão vem acompanhada de um malabarismo retórico: ao mesmo tempo em que reconhece o papel do governo Lula, Tarcísio se mantém submisso ao bolsonarismo que, por natureza, é uma força política destrutiva.

É por isso que o governo federal deve disputar, com coragem e clareza, a paternidade dos grandes projetos nos estados comandados pela oposição. Tarcísio, símbolo da privatização, quer a infraestrutura, mas nem sempre valoriza o papel do Estado. Por isso, Mercadante fez o certo ao mostrar a verdade: por trás de cada nova estação, há um governo que escolheu investir no povo e resgatar o papel transformador do BNDES.

A decisão do presidente Lula de governar para todos os brasileiros – inclusive para os que vivem em estados administrados por adversários – é a verdadeira expressão de republicanismo. Mas governar para todos não significa entregar de bandeja os méritos a quem se opõe ao próprio projeto de país que permite tais conquistas. O republicanismo precisa ser acompanhado de uma disputa política firme e ética pela narrativa dos avanços. O Brasil que avança com investimentos e empregos não pode ser confundido com o Brasil do atraso e da negação do Estado.

Em São Paulo, Tarcisio tenta se equilibrar entre dois mundos: o do bolsonarismo incivilizado, que ataca instituições e espalha desinformação, e o da governabilidade, que depende da interlocução com o governo federal e do financiamento estatal. Em algum momento, ele terá que escolher entre a coerência e o oportunismo. Por ora, vive da contradição: finge independência, mas depende do que Lula e o BNDES viabilizam para São Paulo.

A Estação Ambuitá, com sua estrutura moderna, acessível e sustentável, é um símbolo do Brasil que progride quando o Estado atua como indutor do desenvolvimento. O povo precisa saber quem está, de fato, construindo o futuro. E o governo Lula tem não apenas o direito, mas o dever de dizer isso em alto e bom som.

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

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